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Amar para adaptar

 

Já dizia Santo Agostinho: “Só se ama aquilo que se conhece!” O amor, nessa afirmação, não é o do sentimentalismo, mas o sentimento que gera um laço de confiança e pertença.

 

E é de posse desse laço que construímos uma boa adaptação.

 

Costumeiramente, o início do ano letivo é um momento envolto de expectativas e muita emoção! Este 2022, então, depois de quase dois anos longe dos espaços educativos, torna-se um divisor de águas: pela adaptação para os que chegam pela primeira vez e pela readaptação de quem já conhece bem todo o contexto e o ambiente escolar, mas, por ter estado ausente tanto tempo, precisa se reencontrar neste espaço.

 

Todo processo tem suas particularidades: chorar, sorrir, querer ficar, querer partir são os sentimentos que, em grande escala, rodeiam nossos ambientes de aprendizagem nas primeiras semanas de aula. Um misto de saudade de casa, do colo da mãe, do cheiro dos avós, da brincadeira com o pai. Alguns sentimentos são novidades para os pequenos, que, exercendo o amadurecimento, precisam de auxílio e daquele laço, mencionado lá no início do texto, de confiança e pertença. Será que meu filho vai ficar bem? Será que vai se despedir com facilidade? Será que vai gostar da escola? Da professora? Dos colegas? Será que vai chorar? As respostas para essas e outras perguntas estão nos cuidados que, previamente, se deve dispensar para que, amando o novo que ele (a) vai encontrar, o processo leve a um fim satisfatório, concluído por uma criança segura e feliz na escola. Por onde começar? Por dentro! E de dentro! Alguns detalhes podem fazer a diferença antes mesmo do primeiro dia:

 

  • Se tiver a oportunidade, visite a escola com a criança, mostrando e encantando-a com os espaços e todas as possíveis atividades que ela pode desenvolver ali.
  • Ao fazer combinados, como o de buscá-la mais cedo ou ligar durante o dia, cumpra-os, criando, dessa forma, um vínculo de confiança.
  • Evite mentir! Dizer que vai ao banheiro, por exemplo, e só voltar ao final do dia para buscá-la, vulnerabiliza o processo.
  • Demonstre segurança e confiança na instituição e nos profissionais. Fale com propriedade da escola, dos colaboradores, mesmo quando não estiver neste ambiente. Leve a criança a perceber que você só está a deixando lá, porque este lugar é uma extensão do seu lar, o local que você ama e confia.

 

 

Por fim, tenha em mente que não há uma fórmula mágica para que a adaptação aconteça de forma rápida e sem frustrações. Todavia, entender que é um processo natural e individual é o primeiro passo para que este momento seja um desafio superável.

 

 

Por Roberta Souza Pascoal Fortunato

Auxiliar de Orientação Educacional – Unidade I