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Proibido no Brasil, “vape” é um risco à saúde


A Comissão Permanente do Cuidado do Colégio dos Jesuítas alerta sobre o uso de cigarros eletrônicos, produto que virou uma “moda” entre os jovens durante a pandemia e cujo consumo tem aumentado entre eles.

 

Vale lembrar que o uso, comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidos no Brasil, por meio da Resolução de Diretoria Colegiada da Anvisa RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009.  Portanto, além de nocivo à saúde, o cigarro eletrônico é um produto ilegal.

 

Também chamado de vape, pod, e-cigarro, e-cig ou e-cigarette, o cigarro eletrônico funciona através de uma bateria que esquenta um líquido composto de água, aromatizante, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal. Com o aquecimento, o dispositivo produz uma fumaça branca e sem cheiro, ou com um cheiro que se dissipa rapidamente no ar. Durante o consumo desses produtos, são introduzidas, no organismo, milhares de substâncias tóxicas, incluindo a nicotina, que causa dependência. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as substâncias liberadas são tóxicas e irritantes, podem provocar dermatite e enfisema pulmonar, além de câncer e problemas cardiovasculares. Nesse sentido, a diminuição do odor e a adição de sabores não diminuem os graves riscos que o cigarro eletrônico apresenta à saúde.

 

A popularização do vape é acompanhada de várias fake news. A primeira delas é a de que o eletrônico pode ajudar as pessoas a pararem de fumar, sendo que, na realidade, o contrário acontece: o dispositivo acabou virando uma porta de entrada para o tabagismo.

 

O Brasil se tornou uma referência mundial por adotar todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate ao tabagismo, que ainda hoje mata cerca de 430 pessoas por dia, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

 

Diante dessas informações, indica-se aos educadores e familiares a necessidade de colocar o tema nas conversas cotidianas com os adolescentes e jovens. Lembramos que erradicar o uso do vape é um trabalho conjunto, que começa em casa. A experimentação do vape, ou qualquer outra experiência que possa vir a oferecer risco à saúde, pode acontecer com qualquer adolescente. Por esse motivo, é importante acompanhá-los em locais (festas, por exemplo) nos quais possa haver exposição ao uso propriamente dito, colocar-se à disposição para a escuta dos seus relatos e adverti-los quanto aos riscos existentes.

 

Além disso, as famílias podem promover hábitos que possam protegê-los, como é o caso da prática da atividade física e do estabelecimento das rotinas, os quais colaboram para a construção da responsabilidade e do comprometimento consigo e com os outros. Assim, os laços sociais que promovem o cuidado e a proteção podem se sobressair em detrimento daqueles que são desfavoráveis. À escola, cabe reforçar com os estudantes as orientações recebidas dos pais e/ou responsáveis no que diz respeito aos males causados pelo uso de tais substâncias. A Comissão do Cuidado do Colégio dos Jesuítas segue ativa neste trabalho coletivo de esclarecimento a toda comunidade educativa quanto aos perigos desse inimigo silencioso e aparentemente inofensivo.