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Histórias do Pe. Cabada, SJ: o beijinho da mãezinha do céu em “As duas mães”
Leia a narrativa criada e contada por Pe. Cabada, SJ, sobre a relação de amor e de fé de uma menina.
As duas mães
A mãe acompanhou sua filhinha de 5 anos ao quarto e a ajudou a tirar a roupa, a vestir o pijaminha e a preparar-se para dormir.
Antes de fechar os olhinhos, a menina despediu-se da mãe:
– Boa noite, mãe!
– Boa noite, minha filha! Não se esqueça de dar um boa noite também para sua mãezinha
do céu, tá?
– Não vou esquecer, mãe. Tchau!
– Tchau!
A menina fechou os olhinhos, e a mãe, sorridente, foi até a porta, apagou a luz, deixando apenas uma luzinha fraca, atrás da cabeceira da cama, para que o quarto não ficasse em total escuridão.
Já ia sair, quando se lembrou que tinha esquecido uma toalhinha sobre a mesinha.
Lentamente, pisando sem fazer barulho, aproximou-se e pegou. Quando se virava, de novo, para a porta, ouviu a menina dizer, suavemente:
– Boa noite, mãezinha do céu!
A mãe ficou quietinha, sem fazer barulho. A menina continuou depois de um instante:
– Estou sentindo seu perfume. Você usa o mesmo perfume que minha mãe da terra, sabe?
A mãe ficou tensa, silenciosa. Depois inclinou-se sobre a menina e beijou-a no rosto.
– Sabe? – continuou a menina, sem abrir os olhos – o seu beijinho é tão gostoso como o
de minha mãe…
A mãe sentiu uma lágrima deslizar pelo rosto, mas não se mexeu.
– Vou dormir! – continuou a menina. – Estou com sono! Tchau!
A mãe também disse “Tchau!”, mas ninguém ouviu. Só a mãezinha do céu… que usava o
mesmo perfume e dava um beijinho igual ao seu…
Pe. Cabada, SJ