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Férias Seguras!

 

Com a aproximação do período de férias, é necessário reforçar ainda mais a atenção dada aos ambientes aquáticos. Considerando o aumento do número de famílias que desfrutam do meio líquido, seja em esportes aquáticos de lazer, em praias, piscinas, rios, lagos ou represas, torna-se fundamental orientar a comunidade para a prevenção da tragédia que é o afogamento.

 

Os afogamentos são a segunda principal causa de morte acidental de crianças de até 14 anos no Brasil e, entre a faixa etária de 1 a 4 anos, eles são a principal causa de morte acidental (SOBRASA, 2020).

 

Este texto visa incitar toda a nossa comunidade escolar à atenção e à ação, destacando o quão evitável é o afogamento e evidenciando que a prevenção é o melhor forma de evitá-lo.

 

É alarmante constatar que o afogamento está entre as principais causas de morte em crianças em todas as regiões do Brasil, e que a grande maioria acontece em piscinas das residências, por ignorarem os riscos. A principal causa de afogamento é o fato de muitas pessoas não acreditarem que tal acidente pode acontecer a qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo e status social.

 

O afogamento ocorre de muitas maneiras diferentes, sendo um acidente silencioso, que se dá de forma inesperada e que, em poucos minutos, pode levar à morte. Entre todas as possibilidades de acidentes, o afogamento é, sem dúvidas, aquele com maior impacto familiar. A falta de uma supervisão adequada e ativa, assim como a falta de barreiras de segurança em torno de piscinas, sobretudo nas residências, são alguns dos fatores de risco.

 

Nessa perspectiva, algumas medidas de prevenção podem ser divulgadas por meio de estratégias e trabalho de orientação, visando aperfeiçoar aquelas que são consideradas as melhores práticas para evitar tal tipo de acidente.

 

Uma exposição reduzida aos perigos da água através da colocação de barreiras e de sinalização, a vigilância rígida de crianças pequenas por adultos capazes, um melhor conhecimento das habilidades da natação e das regras de segurança aquática são algumas medidas consideradas eficazes e suscetíveis de serem compreendidas.

 

No Colégio dos Jesuítas, as aulas de natação oferecidas contemplam, além das habilidades do nadar, um planejamento de segurança aquática que ultrapassa a técnica. As aulas de natação são, também, um espaço educacional em que ensinamos à criança normas de segurança, respeito e atenção com relação aos ambientes aquáticos.

 

Pensamos a natação em um contexto mais amplo e educacional, com um planejamento estruturado, formação em habilidades básicas do nadar, competência aquática e respeito aos possíveis perigos.

 

Contudo, não podemos deixar a impressão de que a criança que recebe essa formação está completamente segura. Isso é um equívoco! Não podemos responsabilizar a criança que pratica natação pelo seu próprio salvamento. Até mesmo porque a criança até os 10 anos tem baixa capacidade de reconhecer situações de perigo.

 

A razão principal de os pais colocarem as crianças na natação é a segurança aquática. A partir disso, acaba havendo um relaxamento natural. Mas é preciso estar atento a todos os riscos. Ainda que a criança saiba nadar, é preciso continuar com a prevenção e a atenção constantes.

 

Portanto, supervisão constante e ativa de um adulto é sempre a melhor precaução. Assim, é possível gerir os riscos de afogamentos e reduzir essas estatísticas fatais.

 

Seja em casa ou viajando, as férias são momentos ideais para curtir a família, relaxar e descansar. E, para garantir a diversão e a tranquilidade, nunca se esqueça das medidas de prevenção e da atenção.

 

 

Referências

David Szpilman & diretoria. Sobrasa 2018-22. Afogamento – Boletim epidemiológico no Brasil 2020. Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático SOBRASA – Publicado on-line em: http://www.sobrasa.org. Acesso em: junho de 2020.

 

Thereza Cristina de Souza 
Técnica de Natação – Colégio dos Jesuítas