Estudante do Colégio dos Jesuítas chega à final de competição nacional com projeto de app para tratamento de paralisia facial

 

A estudante Mirella Diniz Wunderlich, da 3ª série do Ensino Médio, está na fase decisiva da Olimpíada do Futuro – Sapientia, que acontecerá em Foz do Iguaçu, no Paraná, nos dias 2 e 3 de dezembro. Para a competição, Mirella e sua equipe criaram a proposta do aplicativo Sorria!, destinado ao tratamento de pessoas com paralisia facial. Os projetos apresentados no certame precisam ter um impacto social, com foco em melhorar a vida em comunidade.

 

Outras oito equipes brasileiras e uma equipe paraguaia também participam da Olimpíada. Segundo a organização, o júri é formado por especialistas do mercado financeiro, educadores, empresários, designers e jornalistas. Os outros quatro membros da equipe de Mirella são residentes em Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e São José dos Campos (SP).

 

Segundo a jovem, a proposta tem relação com sua experiência familiar. Tanto a mãe quanto o pai de Mirella tiveram episódios de paralisia facial após passarem por cirurgias de retirada das glândulas salivares, em 2012 e em 2017, respectivamente. A possibilidade de elaborar uma iniciativa em prol das pessoas com paralisia facial surgiu quando a estudante, junto com os outros integrantes do grupo, recebeu o convite para participar da Sapientia após os bons resultados alcançados na Olimpíada Brasileira de Economia (OBECON), em que Mirella foi medalhista de prata.

 

“Essa ideia surgiu como uma possibilidade de aliar o nosso conhecimento sobre criação de negócios e finanças, que surgiu na OBECON, com a iniciativa social, que é da Sapientia. Eu conversei com as pessoas do grupo sobre essa experiência pessoal minha e dei a ideia de o aplicativo usar a inteligência artificial como mediadora para esse tratamento”, conta a jovem, que ocupa o cargo de Chief Tecnology Officer (CTO) do grupo, ou seja, é a diretora técnica da equipe.

 

Pela proposta do app Sorria!, o paciente poderá fazer exercícios direcionados a cada estágio e tipo de paralisia, acompanhado por vídeos instrutivos com profissionais especializados, como os fisioterapeutas faciais. O algoritmo de inteligência artificial será responsável por corrigir os movimentos feitos pelos usuários, por meio do reconhecimento facial. Cada paciente terá um cronograma personalizado. O app também terá um sistema de recompensa para estimular a continuidade e a frequência diária de exercícios.

 

De acordo com a estudante Mirella Wunderlich, um dos pilares do projeto é o acesso democrático ao aplicativo. “A gente tem como meta o acesso a baixo custo, dessa forma, todo o acesso primário ao aplicativo será gratuito. Como forma de monetização, contamos, principalmente, com propagandas e compras dentro do app. Então o usuário poderá ter, por exemplo, um upgrade dentro do aplicativo, de acordo com sua vontade. Mas o uso primário é completamente gratuito”, conta a estudante, que também prevê parcerias com hospitais, seguros e planos de saúde, com o objetivo de levar o serviço a mais pacientes e gerar viabilidade financeira para a empreitada.

 

Mirella mostra o app ao lado de parte da equipe criadora.

 

Série de resultados positivos 

Chegar à fase final das Olimpíadas do Futuro – Sapientia é mais uma conquista na trajetória acadêmica da estudante Mirella Wunderlich. Ela já recebeu a medalha de prata e o título de “Menina Olímpica” na Olimpíada Brasileira de Economia (OBECON). Mirella também já foi 1º lugar na América Latina na Tiger Global Case Competition (TGCC), certame de empreendedorismo internacional on-line entre jovens de 13 a 18 anos, e teve o Melhor Business Case da IEO Open Track, uma versão da Olimpíada Internacional de Economia.

 

“A sensação de chegar em mais uma final, é incrível, quase inacreditável. É realmente fruto de muito esforço e dedicação não só minha, mas do time como um todo, da comissão organizadora das Olimpíadas. Encerrando agora o Ensino Médio, eu acho que é uma forma fantástica de fechar com chave de ouro”, avalia.

 

Para Mirella, a formação acadêmica e humanística proporcionada pelo Colégio dos Jesuítas, teve relevância no resultado conquistado até agora. “O Colégio, com sua educação social, educação para os outros, toda a questão do Magis, influencia muito nessa decisão de participar de projetos e desenvolver iniciativas que tenham esse impacto social”, acredita a estudante.

 

​Confira o site do aplicativo Sorria! e o vídeo oficial de apresentação.

 

Confira algumas do app em nossa galeria:

 

Estudante do Colégio dos Jesuítas é medalha na prata na Olimpíada Brasileira de Economia

 

A estudante do Colégio do Jesuítas Mirella Diniz Wunderlich foi medalha de prata na edição 2021 da Olimpíada Brasileira de Economia (OBECON). Mirella, atualmente na 3ª Série/EM – Manhã, participou da categoria oficial. Ao todo, a competição teve 3500 participantes de todo o Brasil.

 

Todas as etapas do concurso aconteceram de forma on-line. A primeira fase foi em março, a segunda aconteceu em abril e a terceira, no mês de junho. A reta final teve 45 concorrentes. Mirella ficou em sexto lugar, recebendo a prata (a medalha de ouro é concedida aos cinco primeiros colocados).

 

A estudante avalia que recebeu um apoio “muito grande” dos professores do Colégio dos Jesuítas em todo o processo.

 

“O Moreno (professor de Matemática Gabriel Moreno) me ajudou tanto na resolução de algumas questões ligadas à matemática financeira durante a preparação, quanto com apoio emocional e moral durante todo o processo. Além disso, com sua ajuda pude entrar em contato com estudantes e professores de economia que também me ajudaram em parte da preparação”, conta.

 

Além da medalha de prata, Mirella recebeu o prêmio de Menina Olímpica, por ter sido a representante do sexo feminino a chegar mais longe na competição. Ela define a sensação de ser premiada a nível nacional como “incrível” e está feliz pela descoberta do que pode ser uma nova paixão. Mas a jovem não pretende parar por aí e já tem novas metas para a edição da OBECON no ano que vem:

 

“Ainda tenho boas expectativas para a próxima edição da olimpíada, tanto para subir meu posicionamento e estar entre os 5 que representam o Brasil anualmente na IEO (Olimpíada Internacional de Economia), quanto para estimular mais colegas a participarem de oportunidades engrandecedoras como essas. Além disso, uma das maiores metas é aumentar a presença das meninas, uma vez que esse ano tivemos apenas 3 entre os 45 finalistas. O ramo da economia ainda tem uma enorme falta de representatividade feminina e espero poder contribuir para mudar isso nos próximos anos”, avalia.

 

Segundo a estudante, cada fase exigiu um tipo de preparação diferente. Na primeira, ela procurou materiais didáticos e vídeos no YouTube sobre introdução à economia. A segunda fase exigiu conteúdos com maior aprofundamento sobre o tema, como os livros “Princípios da Economia”, de George Mankiw, e “Introdução à Economia”, de Bernardo Guimarães, além do estudo de temas como matemática financeira e macro e microeconomia. A terceira fase não contou com uma prova, os participantes tiveram que resolver um caso determinado pela organização, com uma parte individual e outra em grupo. Sobre essa fase, Mirella Wunderlich afirma: “Os meus estudos foram voltados para uma preparação mais geral. Procurei entender o que tinha sido pedido em outras edições da olimpíada, entender melhor métodos de modelagem financeira e me familiarizar com diferentes estratégias e frameworks para resolução desses ‘casos’”.