O Vinte de Novembro de Cada Dia

 

O 20 de novembro, mais uma vez, trouxe consigo a oportunidade de (re)pensarmos o nosso país e sua permanente construção. Momento para lembrar da importância de refletir sobre os lugares do negro na sociedade brasileira, também construída por gerações de afro-brasileiros desde a colonização portuguesa que, marcada pela escravidão, impôs violência, dor e diversas formas de preconceito ainda presentes nas relações étnico raciais no Brasil.

 

A data foi estabelecida no Calendário Escolar Nacional pelo projeto Lei n.º 10.639 apresentado ao plenário da Câmara no dia 9 de janeiro de 2003 e aprovado em sessão conjunta com o Senado em 17 de abril de 2008, alterando assim a LDB. No entanto, o 20 de novembro como “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” foi estabelecido no Calendário Nacional Brasileiro com a sanção da Lei 12.519 em 10 de novembro de 2011.

 

A escolha do dia da morte de Zumbi, um dos líderes do Quilombo dos Palmares, como marco simbólico teve início em 1978 por ação dos integrantes do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial (MNU), em um congresso realizado na cidade de São Paulo. Zumbi, desta forma, era eleito como um herói e símbolo dos negros no Brasil, bem como da luta contra a discriminação racial e por direitos reivindicados pela população afro-brasileira contemporânea.

 

A Consciência Negra é uma expressão que designa a percepção histórica e cultural que os negros têm de si mesmos. Também representa a luta dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social decorrente de um sistema escravagista que culturalmente promoveu a desumanização dos negros por quase quatro séculos. Sendo assim, a sociedade brasileira naturalizou um vasto elenco de afirmações que valorizam a branquitude e depreciam a negritude.

 

Por mais que tenham ocorrido mudanças na legislação brasileira que visam à diminuição das desigualdades raciais, a falta de oportunidades para a população negra, o racismo cotidiano e as tentativas de apagamento de cultura africana evidenciam que ainda há muito a ser feito. É disso que trata o Dia da Consciência Negra! Ao relembrar a luta dos africanos escravizados no passado, ele reforça a importância da continuidade das ações a favor da promoção de relações étnico-raciais mais justas e solidárias para a construção de uma sociedade sem racismos e preconceitos.

 

Inúmeras pesquisas acadêmicas e governamentais sobre o tema têm sido realizadas nos últimos anos, e alguns indicativos podem nos ajudar a entender o problema da desigualdade racial no Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Poder Legislativo Federal, no último pleito eleitoral em 2018, somente 4% dos políticos eleitos para o Parlamento autodeclaram-se negros. A pesquisa indicou que, entre deputados distritais, estaduais, federais e senadores, somente 65 dos 1626 eleitos declaravam-se negros, revelando a pequena representatividade política da população afro-brasileira nos legislativos estaduais e nacional.

 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) 2018 do IBGE aponta que cerca de 55,8% da população autodeclara-se preta ou parda, mas, apesar de serem a maioria da população, a renda dos brancos é 74% maior que a dos negros. Os negros são maioria entre os mais pobres, 75%, e são a maioria na população carcerária. A pesquisa também demostra que no mercado de trabalho a renda média dos negros é aproximadamente R$ 1.500, a renda média dos brancos é de aproximadamente R$ 2.800 reais. O desemprego também aflige mais à população negra, que totaliza mais de 60% dos desempregados.

 

Adalmir Leonídio, coordenador do Observatório da Criminalização da Pobreza e dos Movimentos Sociais da USP, aponta para o fato de que os negros são mais condenados que os brancos quando são processados por posse de drogas. Entretanto, paradoxalmente, eles são apreendidos com doses menores de substâncias ilícitas em relação a condenados brancos. Não só a justiça demonstra ser mais rigorosa contra os negros, mas a polícia também, uma vez que 76% dos mortos pela polícia são negros. O racismo está impregnado na nossa cultura e se manifesta também no vocabulário por meio de expressões como “a cor do pecado”, “denegrir”, “mulato”, “cabelo ruim”, entre outras tantas.

 

Identificar e dialogar sobre os problemas que são geradores e decorrentes das desigualdades raciais no Brasil abriu caminho para a formulação e execução de políticas afirmativas de inclusão socioeconômica e de combate aos preconceitos. Um exemplo disso foi a lei que estabelece as cotas raciais para a entrada de estudantes nas universidades públicas e a lei que criminaliza as práticas racistas. Contudo ainda há muito por fazer. A presença pioneira do 20 de novembro no calendário escolar e, posteriormente, no calendário nacional contribui para manter viva a história das lutas e conquistas do povo negro, assim como nos impõe a necessária reflexão sobre as violências, exclusões e discriminações ainda praticadas contra a população afro-brasileira.

 

Fontes:
Lei 10.639 – https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2003/lei-10639-9-janeiro-2003-493157-publicacaooriginal-1-pl.html
Lei 12.519 – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12519.htm
PNAD https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9127-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios.html?=&t=o-que-e
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11/brancos-tem-renda-74-superior-a-de-pretos-e-pardos-diz-ibge.shtml
LEONÍDIO, Adalmir. Apontamentos para a compreensão do conservadorismo jurídico-penal no Brasil. Brasília, 2018, p. 427.

 

Por Pedro Gabriel Pereira

Professor

Especialista em História e Cultura Africana e Afro-brasileira

Compañeros: Estudantes da 3ª série do Ensino Médio participam de momento de imersão

 

As atividades do Projeto Compañeros tiveram continuidade neste sábado (2), com um momento de imersão no Recanto Manresa. O protocolo de biossegurança do Colégio dos Jesuítas foi seguido na realização do encontro. No Compañeros, os estudantes são incentivados a inspirarem-se em Santo Inácio de Loyola, para desenvolverem um olhar esperançoso e comprometido com a vida, a história e o mundo, pautado na justiça e no amor fraternal.

 

Os estudantes, da 3ª série do Ensino Médio, tiveram a oportunidade de refletir sobre seus projetos de vida, tendo em vista os desafios da atualidade. Os jovens fizeram caminhada em meio à natureza e tiveram dinâmicas de escuta e cuidado com o meio ambiente.

 

O Diretor Acadêmico do Colégio dos Jesuítas, Pe. José Robson Silva Sousa, SJ, presidiu a Celebração da Eucaristia na Capela do Recanto. Todas as dinâmicas contaram com o acompanhamento dos agentes da Formação Cristã.

 

Confira nossa galeria de imagens com registros do encontro:

Carta conjunta da Arquidiocese de Juiz de Fora e instituições católicas de ensino para a PJF sobre o retorno das aulas presenciais

 

O Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, em conjunto com representantes das instituições católicas de ensino, assina carta direcionada à Prefeita Margarida Salomão, solicitando o retorno imediato das aulas presenciais ou híbridas na cidade.

 

 

Na mensagem, o Arcebispo destaca o avanço na compreensão das características da covid-19 e que países como China, Canadá e Dinamarca, além de outras regiões do Brasil, já estão tendo a experiência do retorno às aulas presenciais.

 

 

Os impactos emocionais e de aprendizado do ensino remoto sobre as crianças também foram citados, além da importância do cumprimento dos protocolos sanitários para uma retomada segura.

 

 

Na carta, o Arcebispo Metropolitano e os representantes das escolas católicas também se colocam à disposição para que a atual tribulação seja vencida “com fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, confiança, prudência e esperança”.

 

 

“A educação é sobretudo uma questão de amor e responsabilidade que se transmite, ao longo do tempo, de geração em geração”.

Papa Francisco

 

Leia o texto da carta na íntegra.

Estudantes participam da Semana de Preparação da NUJE

As Nações Unidas no Colégio dos Jesuítas (NUJE), evento que simula os trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU), contou com uma Semana de Preparação realizada entre os dias 9 e 13 de agosto. Os workshops à distância aperfeiçoaram os estudantes para a participação nos três comitês da NUJE: Assembleia Geral, Conselho de Segurança e Superior Tribunal Federal.

 

Em 9 de agosto, o professor, sociólogo, bacharel em Direito e assessor parlamentar na Câmara dos Deputados, Juber Pacífico, fez uma palestra sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). A importância da corte e como ela funciona foram alguns dos temas abordados.

 

Nos dias 10 e 13 de agosto, o Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna, concedeu workshops de debates com o apoio do Orientador Pedagógico Ivan Bilheiro. Cada encontro teve três horas de duração.

 

Já no dia 11 de agosto, foi a vez de o Assessor de Área para as Ciências Humanas, Filipe Queiroz, conceder palestra com o tema “O funcionamento e os fundamentos das Relações Internacionais”.

 

E em 12 de agosto, o assunto foi o trabalho dos jornalistas. O workshop “Atuação jornalística: a importância da comunicação”  foi ministrado pelo editor de Conteúdo no G1, Fabiano Rodrigues, e contou com as participações especiais por meio de vídeo, da editora do Jornal Hoje (TV Globo) Emilene Silva e da editora-chefe e apresentadora do MG1 da TV Integração (afiliada Globo) em Juiz de Fora, Érica Salazar.

 

A Semana de Preparação é uma novidade desta edição da NUJE e ofereceu bases teóricas e práticas para a realização de debates construtivos, respeitosos e assertivos, fundamentados na boa articulação de ideias e argumentos.

 

 

A edição 2021 da NUJE começará nesta quinta-feira (19) e seguirá até o sábado (21). Esta é mais uma ação que efetiva o protagonismo do estudante como um dos elementos da formação integral do Colégio dos Jesuítas.

Antigo estudante é aprovado para programa universitário nos Emirados Árabes

 

O antigo estudante do Colégio dos Jesuítas Gabriel Xavier Basques Soares foi selecionado para o programa de estudos Zayed University X Minerva Schools, nos Emirados Árabes Unidos. O jovem embarca, ainda nesta semana, para Dubai. A iniciativa oferece uma formação multidisciplinar ao longo de quatro anos, com ensino voltado para a prática e em sintonia com o mercado de trabalho.

 

Este programa é resultado da união entre duas instituições de ensino superior. A Zayed University é uma universidade pública dos Emirados Árabes, com unidades em Dubai e Abu Dhabi. Já a Minerva Schools é uma universidade particular sediada em San Francisco, nos Estados Unidos, a qual está presente em sete países, por onde os estudantes passam ao longo da graduação.

 

 

Campus da Zayed University em Abu Dhabi

 

Antes de ser convidado para o programa universitário, Gabriel Basques já havia sido aprovado para a Minerva Schools. Desta vez, a ida foi possível devido a uma bolsa de estudos. “Primeiramente descobri a Minerva e, desde o início, fiquei maravilhado com a universidade e com a sua metodologia, dando a possibilidade de me desenvolver como um ser humano integral, fora do sistema padrão de ensino. Após isso, candidatei-me e fui aprovado em um dos programas da universidade, porém, sem ajuda financeira, impossibilitando minha ida. Pouco tempo depois, recebi um e-mail explicando sobre a nova parceria com a Zayed University e um convite para juntar-me a essa aventura, mas, desta vez, com uma bolsa de estudos generosa”, conta o formando da turma de 2019 do Colégio.

 

Em sua trajetória acadêmica, Gabriel acredita que o contato com diversas atividades extracurriculares no Colégio dos Jesuítas ajudou-o a desenvolver habilidades “fundamentais” para que fosse escolhido no programa da Zayed e da Minerva.

 

“Por exemplo, protagonismo, empatia, inclusão, colaboração e espiritualidade”, avalia.

 

Ao ingressar no programa, os estudantes deparam-se com um currículo interdisciplinar formado por três frentes: Transformação de Negócios (Empreendedorismo e Negócios), Sistemas Computacionais (Tecnologia e Inovação) e Inovação Social. No começo do terceiro ano de programa, os universitários devem escolher em qual frente vão se especializar. Segundo Gabriel, ele pretende priorizar a primeira e a segunda área.

 

 

Campus da Zayed University em Dubai

 

Agora, Gabriel vai passar por uma mudança radical em sua vida com a ida para os Emirados Árabes. O começo da nova etapa é sinônimo de entusiasmo. “Falando bem a verdade, ‘a ficha não caiu’ ainda. Estou muito animado com os novos desafios que estão por vir, feliz por ter conquistado esta oportunidade e grato a todos que me ajudaram a chegar aqui, Deus, família, amigos, Colégio… É somente o primeiro passo de vários outros que ainda virão. A ‘batalha’ está apenas começando!”, ele diz.

 

Gabriel Basques também deixa uma mensagem antes de embarcar e dá dicas para quem quiser seguir seus passos. “Colégio e Colaboradores, muito obrigado a cada um que contribuiu para minha formação por meio não só dos conhecimentos, mas também do jeito de ser, de viver e ensinar. A cada um que se dedicou em fazer um mundo melhor com pessoas melhores. Aos estudantes: sonhem alto, saiam do comum, façam sua parte e sejam ‘diferentes’. No final, Deus não dá o que você quer, e sim o que precisa. Sempre olhe o copo meio cheio e acredite no processo”, finaliza.

Encontro virtual marca encerramento do primeiro ciclo do Sistema de Qualidade na Gestão Escolar

 

O Colégio dos Jesuítas encerrou o primeiro ciclo do Sistema de Qualidade na Gestão Escolar (SQGE), um programa proposto pela Federação Latinoamericana de Colégios da Companhia de Jesus (FLACSI). O objetivo, ao aplicar o projeto, é acompanhar os estudantes e toda a comunidade acadêmica, além de aprimorar os processos educativos.

 

Um encontro virtual marcou o encerramento deste primeiro momento, nesta terça-feira (3). Na abertura dos trabalhos, o Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna, destacou a característica do Sistema de registrar e mensurar a qualidade do processo educativo. Além disso, saudou a presença da Diretora do SQGE, Mora Podestá, como demonstração do elo entre as unidades jesuítas de educação básica presentes no continente americano.

 

“A presença da Mora Podestá é um exemplo dessa ligação que nós do Colégio dos Jesuítas, na cidade de Juiz de Fora, temos não só com os outros Colégios do Brasil, mas com os Colégios da América Latina. E que nós todos, vivenciando as nossas realidades locais, estamos também vinculados a algo maior, não permitindo que haja subjetividade na questão da qualidade”, afirmou.

 

O Sistema de Qualidade foi implantado no Colégio dos Jesuítas em 2016. Desde então, como resultado da autoavaliação, melhorias foram implementadas. Um exemplo é a reestruturação das coordenações, que passaram do modelo de coordenação de série para a gestão em Unidades.

 

 

Os colaboradores do Colégio foram convidados, na reunião, a preencherem um formulário on-line no qual respondiam sobre os atributos de qualidade atuais ou desejados do Colégio dos Jesuítas, assim como a qualidade e o horizonte pretendidos.

 

Ao final do encontro, o Diretor Acadêmico, Padre José Robson Silva Sousa, SJ, ressaltou que o acompanhamento do outro, é uma expressão de fé.

 

“Nós devemos, enquanto atributo cristão, continuarmos a ser para o nosso estudante essa mão que dá suporte na caminhada, naquilo que ele tem dificuldade ou medo. Acompanhar é ter fé que nós podemos continuar construindo caminhos, acompanhar é abrir-se para o outro”.

 

Também participaram do encontro virtual, os facilitadores externos da Federação Latinoamericana de Colégios da Companhia de Jesus (FLACSI), os professores Luís Eduardo Soares Andrade, do Colégio Loyola (Belo Horizonte), e Marcelo Pastre, do Colégio Medianeira (Curitiba).

Tarde Afetiva: Momento de Acolhida e Emoção no Colégio dos Jesuítas

De terça-feira (3) até esta sexta-feira (6), o Colégio dos Jesuítas realiza a Tarde Afetiva, junto a famílias e a estudantes da Unidade I, que abrange as turmas do Maternal III ao 2º Ano do Ensino Fundamental. O objetivo é acolher nossas crianças e seus responsáveis presencialmente no Colégio, depois de aproximadamente um ano e meio de restrições causadas pela pandemia do coronavírus. As normas do Protocolo Interno de Biossegurança são observadas para a realização do evento.

 

 

Para Nicole Sant’Anna, mãe da estudante Anne Sant’Anna, da Pré-Escola II, a alegria é “palpável”

 

“Alegria é um sentimento palpável”, essa é a avaliação da Nicole Costa Sant’Anna, mãe da estudante Anne Sant’Anna Salgado, da Pré-Escola II. A emoção nos olhos da menina foi destacada pela mãe. “Esse sentimento transbordou e me contagiou de uma forma radiante durante essa difícil fase”.

 

A Mirian Machado, mãe do estudante Heitor Machado Frederico, da Pré-Escola II, também ressaltou a felicidade das crianças. “Ver a felicidade dos nossos filhos em estarem ali, no ambiente do qual eles gostam, entrarem no parquinho, encontrarem a professora, é uma coisa maravilhosa!”, afirmou.

 

 

Mirian Machado, mãe do estudante Heitor Machado Frederico, da Pré-Escola II, sobre a felicidade das crianças: “É uma coisa maravilhosa!”

 

Momentos que têm sido de emoção, tanto por parte das famílias, quanto dos educadores. A Adjunta da Coordenação da Unidade I, Giselle Grandi, conta que as pessoas se sentem melhor após o evento. “Nós percebemos no olhar de cada criança, mesmo com máscara,  o sorriso das crianças, das famílias, por estarem dentro do Colégio. As pessoas estão se sentindo renovadas, novamente esperançosas de que logo isso volte a ser rotina”, relata.

 

Os estudantes e seus responsáveis presentes na Tarde Afetiva participam de um momento de acolhida e oração, seguido de um tour pelas instalações do Colégio. Essa é uma oportunidade de conferir a preparação interna para a retomada com toda a segurança. “As famílias estão vendo as mesinhas com adesivos, vendo que as salas estão prontas, a preparação para o retorno híbrido. Algumas têm relatado que é bom estar aqui dentro e ver que realmente estamos preparados para esse retorno, fora a alegria de estarem de volta ao Colégio”, conta.

 

O novo agente da Formação Cristã, Irmão Napoleão Nunes de Oliveira, SJ, tem participado dos encontros. O jesuíta destaca o avivamento que as crianças dão à escola com sua presença. “A escola sem as crianças é um prédio comum, como qualquer outro lugar. São as crianças que dão vida à escola. A escola existe para elas e com elas”, ressalta ele, que também destaca a emoção dos pais e das crianças logo na chegada ao Colégio.

 

Confira outras imagens da Tarde Afetiva:

Avó é mãe com açúcar

 

 

“De todo amor que eu tenho, metade foi tu que me deu, salvando minh’alma da vida, sorrindo e fazendo meu eu”. A ternura estabelecida na relação entre a neta (o “eu” dessa canção) e sua avó nos permite refletir sobre a influência desse laço e o modo como temos vivido com nossas avós. Esse trecho é reproduzido com frequência pela geração atual, como homenagem carinhosa à figura das avós. Tal música de Maria Gadú anuncia uma despedida, permeada de gratidão, de uma jovem que reconhece essa influência em sua trajetória, emocionando todo aquele que também teve em sua avó uma figura de referência.

 

Nas últimas décadas, observou-se uma presença mais significativa das avós das crianças em suas rotinas. Isso se deu pelo fato de que elas desempenham. atualmente, funções de apoio nos diferentes núcleos familiares. Assim sendo, independente da categoria social, tem-se percebido uma dedicação dessas figuras aos seus netos, dando-lhes suporte, seja por meio do auxílio financeiro, seja pela intensa troca afetiva no cotidiano, o que confere segurança e estabilidade a todos. Com isso, o suporte emocional dos avós, disposição para ouvir e conversar, tem se tornado uma marca do tempo presente.

 

Em uma pesquisa que analisou, por meio de relatos de avós, os relacionamentos com seus netos, os resultados indicam que:

 

Certas avós dos grupos realizados classificaram suas vivências como de intensa afetividade com os netos. Reconheciam também que, além de ajudarem as crianças, já receberam muita contribuição destas. Nessas situações, os netos, considerados como fiéis companheiros e verdadeiros salvadores, auxiliaram as avós em inúmeros momentos de dificuldades. (Cardoso & Brito, 2014, pág. 436)

A frase “vó é mãe com açúcar” nos apresenta essa característica, apontando as semelhanças entre o laço afetivo mãe-filho e avó-neto, mas também reforçando a doçura existente nesses relacionamentos. A conexão entre as crianças e os idosos é um suporte fundamental que auxilia na construção da autoconfiança – aquela habilidade socioemocional que nos indica internamente o quanto somos capazes de “dar conta do recado”, ou seja, enfrentar os momentos de estresse e/ou dificuldade do cotidiano.

 

É claro que existem aspectos desfavoráveis em alguns casos, sobretudo quando os afetos positivos e as experiências consoladoras cedem espaço aos conflitos geracionais ou de valores. Não se deve negligenciar o fato de estarmos em um país latino-americano cujas diversas desigualdades estruturam condições de injustiça e vulnerabilidade. No entanto, essas temáticas podem ocupar um outro texto, pois, no caso desse, que ora se apresenta, o objetivo é relacionar o Dia dos Avós, comemorado hoje, em 26 de julho, com algumas reflexões sobre a afetividade que nos envolve quando pensamos nos avós.

 

A data de 26 de julho, utilizada pela Igreja Católica para celebrar os santos Ana e Joaquim, casal de avós de Jesus, é referendada na tradição popular, pois esses nomes sequer são citados na Bíblia. É interessante lembrar que essa devoção existe desde o século VI, quando já havia registros de cultos em memória aos pais de Maria. Sua popularização, no entanto, chegou durante o Renascimento, quando Giotto (1276-1337) representou Sant’Ana e São Joaquim na Capela dos Scrovegni, em Pádua.

 

A partir daí, podemos estabelecer a relação entre as características difundidas por nossa tradição religiosa e aquilo que vivenciamos com nossos avós nos tempos atuais. Pensar essas relações significa dar-se conta dos atravessamentos que essas realidades provocam nas singularidades de nossas crianças, não deixando de lado a premissa de que cada um de nós responde de modo único aos fenômenos. Bem como Sant’Ana e São Joaquim são colocados como modelos de ternura e pessoas que indicam um bom caminho à Maria, e, consequentemente ao menino Jesus, nossos avós podem hoje ser celebrados como aqueles em quem depositamos confiança, para experimentar as mais variadas brincadeiras, ou ainda, para um aconselhamento especial. Afinal, quem nunca buscou no colo dos avós o cuidado necessário para o crescimento seguro que somente a avó/avô poderia fornecer?!

 

Referências:
CARDOSO, Andreia Ribeiro & BRITO, Leila Maria Torraca. Avós na família contemporânea. Revista Psico-USF, Bragança Paulista, v. 19, n. 3, p. 433-441, set./dez. 2014.

 

Por Raphaela Souza dos Santos

Assessora na Formação Cristã

Protocolo de retorno às aulas presenciais é tema de encontro virtual entre colaboradores do Colégio dos Jesuítas

 

O Protocolo do retorno presencial no Colégio dos Jesuítas foi o assunto central de dois seminários virtuais realizados nesta quinta-feira (15) com os colaboradores da instituição.

 

Durante os dois encontros, cada um com duração aproximada de duas horas, todos os colaboradores puderam conferir uma explicação detalhada do Protocolo e de como seguir as medidas de segurança, que visam o bem-estar de todos.

 

Ao começo das reuniões, o Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna, fez um breve histórico das atividades desenvolvidas tendo em vista a volta às aulas com presença dos estudantes no Colégio. O Professor também agradeceu aos colaboradores pelo trabalho desenvolvido ao longo do primeiro semestre deste ano.

 

O Grupo de Trabalho (GT) da retomada presencial forneceu explicações sobre tópicos como: uso e troca de máscaras, higienização das mãos com álcool gel e higienização dos equipamentos de trabalho.

 

Outros temas relacionados à logística de atividades da escola foram abordados, como os horários das aulas, a entrada e saída dos diferentes grupos de estudantes de forma à evitar aglomerações e a realização das atividades de educação física.

 

O Diretor Acadêmico, Pe. José Robson Silva Sousa, SJ, também participou dos seminários virtuais. Em sua fala, o Padre salientou a importância das medidas para garantir a saúde de todos e destacou o compromisso da Companhia da Jesus com o cuidado comum.

 

O Protocolo  de retorno às aulas presenciais do Colégio dos Jesuítas é baseado em recomendações dos órgãos governamentais, educacionais e sanitários, nas esferas estadual e municipal e também observando orientações do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Protocolo sanitário de retorno s atividades de ensino presenciais no contexto da pandemia da COVID-19 no município de Juiz de Fora.

 

Confira você também o nosso Protocolo de retomada das aulas presenciais e o Planejamento Interno para o retorno.

Dia Internacional de Sensibilização ao TDAH

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e, frequentemente, acompanha a pessoa por toda a sua vida. É o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ocorre em 3 a 5% das crianças e em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

 

O TDAH se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado, às vezes, de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, é conhecido por ADD, ADHD ou AD/HD e é reconhecido, oficialmente, por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando há excesso de distração, a dificuldade de concentração pode afetar tanto crianças e jovens quanto adultos. É preciso compreender bem como funciona a atenção e quais fatores podem afetá-la.

 

Já existem inúmeros estudos, em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (às práticas de determinada sociedade etc.), ao modo como os pais educam os filhos ou ao resultado de conflitos psicológicos.

 

É incorreto dizer que o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade impede a pessoa de prestar atenção ou de se concentrar. Algumas pessoas com TDAH podem se concentrar e, muito além do que é comum, podem apresentar excelente atenção seletiva e sustentada, porém apenas diante de alguns tipos de estímulos ou situações, o que é chamado de hiperfoco.

 

O que complica a vida das pessoas com Déficit de Atenção é apenas alguns poucos estímulos e circunstâncias serem capazes de capturar o foco da atenção. Isso é o que torna a atenção tão instável e o hiperfoco tão intenso, quando acontece.

 

Em outros casos, as maiores dificuldades podem estar na atenção flexível, que dificulta retomar o foco após interrupções, desconcentrações. Todos estamos sujeitos a interrupções e distrações. Não dá para imaginar viver sem elas, especialmente nos tempos atuais, de tamanha sobrecarga de informações e tecnologias que fazem parte das nossas vidas, inclusive nesses tempos de pandemia. Por isso, o retorno à atividade, a retomada do foco após a distração é tão essencial.

 

Deve-se salientar que as intervenções voltadas para o tratamento do TDAH consistem em terapias comportamentais ou no uso de medicamentos; a combinação desses dois também pode ser considerada, a depender da situação do paciente, de acordo com a indicação médica. Isso significa que o acompanhamento de especialistas é fundamental para o sucesso dos procedimentos na vida da criança ou do adolescente. A partir desses primeiros contatos, os médicos e os terapeutas vão encaminhar o caso para os procedimentos que atendem às demandas específicas de cada caso.

 

O dia 13 de julho de 2021, dia Internacional de Sensibilização ao TDAH, nos lembra a importância da detecção dos primeiros sintomas para o correto diagnóstico e os devidos encaminhamentos. As pessoas que convivem com o TDAH precisam, acima de tudo, de atenção, tratamento e acolhimento.

 

Fontes: https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/

https://institutoneurosaber.com.br/conheca-as-opcoes-de-tratamento-para-o-tdah/

https://dda-deficitdeatencao.com.br/

 

Por Melissa Martins

Agente na Formação Cristã