No ano de 1889, no dia 15 de novembro, aconteceu no Brasil um movimento político que culminou na derrubada da monarquia e, consequentemente, na Proclamação da República. Mais do que apenas um processo transitório, esse episódio mudou os rumos do Brasil, principalmente na política. Dom Pedro II deixou de ser imperador, e foi montado um governo de transição com características republicanas, embora conduzido por militares. O marechal Deodoro da Fonseca foi posto como presidente até que eleições fossem organizadas.
O Brasil no século XIX vinha enfrentando sérios problemas políticos e econômicos que resultaram no enfraquecimento da Monarquia, levando-a a uma crise. Os elementos essenciais que possibilitaram a adoção do modelo de governo republicano no Brasil foram: a crise no sistema escravista, destacando os movimentos abolicionistas e a pressão estrangeira que culminaram na Lei Áurea, a crise de produção agrícola, devido ao modelo latifundiário, a influência da maçonaria e os conflitos com a Igreja Católica principalmente no fato do Beneplácito e o militarismo que se consolidou após a Guerra do Paraguai, passando a ter um Exército organizado que requeria direitos e soldos.
O desgaste do Império brasileiro era visível. Nenhum dos setores políticos da sociedade apoiava mais o imperador Dom Pedro II. Com a fundação do Partido Republicano, em 1870, a luta republicana ganhou mais força, juntando-se à luta abolicionista. A união desses movimentos acabou sendo o maior fator para o desgaste do governo imperial.
Embora mais aberta politicamente do que o Império, a República no Brasil foi organizada por pensadores e intelectuais ligados às classes mais ricas, tanto urbanas quanto rurais e, portanto, interessadas em manter suas vantagens e regalias. Desse modo, a República instaurada no Brasil não era democrática porque, mais uma vez, o povo observou de longe os acontecimentos e não teve o direito de participar diretamente do processo.
Por Adriana Malaquias
Professora