Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

 

Este sábado (3) é Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. A data faz referência à aprovação da Lei 1.390, de 3 de julho de 1951, mais conhecida como Lei Afonso Arinos, o nome de seu criador, então deputado federal.

 

Essa lei é marcada por ter sido a primeira legislação brasileira a prever punição a atos de discriminação racial. Ainda que a punição fosse branda e a lei, vaga. Os atos racistas não eram classificados como crime e sim, contravenção, ou seja, com pena menor e nunca cumprida em regime fechado.

 

De acordo com reportagem da Agência Senado, estudos feitos nas décadas seguintes apontam que a motivação para aprovar a Lei Afonso Arinos, revogada em 1989, era, na verdade, fornecer uma resposta do Estado brasileiro ao problema do racismo. O problema é que, de acordo com a historiadora Mônica Grin, isso era feito de forma apenas paliativa, reparando efeitos mais aparentes do racismo, sem modificar a estrutura que sustenta o preconceito de cor.

 

Ainda assim, segundo o doutor em História Walter de Oliveira Campos, a Lei Afonso Arinos tem sua importância, afinal através dela, pela primeira vez, pode-se considerar que o Estado brasileiro reconhece a existência do racismo no país. A lei também abriu o caminho para que outras normas mais abrangentes contra o preconceito racial se tornassem vigentes posteriormente.

 

E foi justamente o que aconteceu. A Constituição atual, promulgada em 1988, estabelece que racismo é crime inafiançável e imprescritível. A Lei Caó (denominada assim em homenagem ao seu autor, o então deputado federal Carlos Alberto Caó de Oliveira), de 1989, determina que os casos listados na Lei Afonso Arinos deixam de ser contravenções e passam a ser crimes, com pena de até cinco anos de reclusão, ou seja, com possibilidade de regime inicial fechado. Em 1997, o Código Penal passa a descrever o crime de injúria racial, que consiste na ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes à cor da pele.

 

Apesar das punições previstas em lei, os efeitos do racismo na sociedade brasileira são profundos e estão presentes no cotidiano. De acordo com o Atlas da Violência 2020, a taxa de homicídios de negros subiu 11,5% entre 2008 e 2018. Entre não negros, o índice caiu 12,9%.

 

A desigualdade também pode ser notada no mercado de trabalho, situação agravada pela pandemia. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Economia presentes em reportagem do portal G1 apontam que o desemprego aumentou mais entre os pretos, a remuneração dos pretos é menor que a dos demais em todos os segmentos e, proporcionalmente, há menos pretos com carteira assinada.

 

Ouvido pela reportagem, o economista diretor da FGV Social, Marcelo Néri, apontou dois fatores como os principais a explicarem o problema: um possível preconceito por parte de algumas empresas e a dificuldade dessa população no acesso à educação (afinal, quanto maior o nível de escolaridade, mais alto é o salário).

 

Para resolver a questão, se fazem necessárias políticas públicas e privadas de inclusão no mercado de trabalho, além de um maior investimento em educação para todos. Em anos recentes, houve melhoras no acesso de pretos e pardos ao ensino superior, mas como podemos perceber, ainda há um longo caminho a ser trilhado.

 

Por Igor Santos

Assistente de Comunicação

Educação para um futuro de esperança é tema de encontro global de educadores jesuítas

 

O II COLLOQUIM-JESEDU Global2021 (Congresso Internacional dos Delegados de Educação da Companhia de Jesus) acontece entre esta segunda-feira (28) e sexta-feira (2). O colóquio é um encontro entre equipes diretivas de colégios jesuítas de todas as partes do mundo. De forma completamente on-line, as lideranças vão discutir estratégias para o contínuo enriquecimento da formação nas escolas da Companhia de Jesus em um mundo transformado pela pandemia do coronavírus.

 

 

Neste ano, o tema do encontro é “A Rede Global de Colégios Jesuítas: Discernindo para um Futuro Cheio de Esperança”. Quatro eixos vão orientar as reflexões dos participantes: Educando para a Fé, Educando para a Profundidade, Educando para a Reconciliação e Educando para a Cidadania Global.

 

 

O Superior Geral dos Jesuítas, Pe. Arturo Sosa, SJ, refletiu sobre o momento presente da humanidade e desejou que pensemos em como podemos contribuir na construção de um futuro com esperança.

 

 

“Como humanidade, é importante perguntarmos que tipo de educação necessitamos para o presente e o futuro, de tal maneira que as novas gerações que entrem em nossos colégios, encontrem a oportunidade de formarem-se como pessoas para e com os demais, comprometidas na construção do novo mundo que desejamos”, afirmou.

 

Superior Geral, Pe. Arturo Sosa, SJ: que os colégios jesuítas sejam espaços de formação para e com os demais.

O sucessor de Inácio também destacou a realização do JESEDU no início deste Ano Inaciano, o que nos convida à conversão e ver novas todas as coisas em Cristo, assim como aconteceu com Santo Inácio de Loyola, após ser ferido por uma bala de canhão na Batalha de Pamplona, em 1521.

 

 

“Paradoxalmente foi a oportunidade para abrir sua mente e seu coração a sonhar novos horizontes e possiblidades que não havia considerado antes”, ressaltou.

 

 

A edição 2021 do JESEDU abre o segundo ciclo de discernimento, intitulado “Caminhando como Rede Global a Serviço da Missão”. Esse ciclo vem na sequência do anterior, “Descobrindo Nosso Potencial Apostólico Global”, com diversos encontros ao longo de oito anos (entre eles o 1º JESEDU, realizado no Rio de Janeiro em 2017), que ajudaram a gerar estrutura e foram fator de conexão humana.

 

 

O simpósio é chefiado pela Comissão Internacional para o Apostolado Educativo Jesuíta (ICAJE) e organizado pela Conferência Jesuíta Ásia-Pacífico (JCAP), com base nas Filipinas. Além de contar com suporte do Secretariado de Educação da Companhia de Jesus e da plataforma Educate Magis, que reúne educadores de escolas jesuítas ao redor do mundo.

A Proposta Pedagógica do Espaço Nossa Senhora Imaculada

 

 

A Companhia de Jesus, de forma sábia e discernida, se renova ao longo dos tempos na sua missão educativa. E o Colégio dos Jesuítas, integrante dessa história centenária, busca incansável e incessantemente, ressignificar a sua prática pedagógica ao longo dos 65 anos em que atua na cidade de Juiz de Fora.

 

 

O Colégio apresenta, neste ano inaciano, a renovação da proposta pedagógica das turmas da Unidade I, desenvolvida e refletida ao longo dos últimos anos, que posteriormente se estenderá às Unidades II e III. Tal proposta foi idealizada pelos professores e por toda a equipe de gestão. Esse sonho, tão cheio de vida, busca oferecer experiências que favoreçam as diferentes aprendizagens nas dimensões cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa de forma ainda mais qualificada, pautada nos princípios da Pedagogia Inaciana, através de um currículo criativo e inovador.

 

 

 

 

A proposta pedagógica será vivenciada em um novo espaço físico, com ambientes amplos e coloridos, que certamente contribuirão para a aprendizagem e o desenvolvimento de nossas crianças através de experiências, construções e muitas descobertas. Com o olhar para a formação integral de cada um, a partir de uma aprendizagem significativa que impulsione a autonomia de cada estudante, utilizaremos diversos recursos e variadas estratégias que propiciam o ressignificar das vivências, espaços, tempos e lugares.

 

 

A criança é reconhecida como um sujeito que possui um papel ativo e autônomo no espaço educativo e o experimenta através de interações e das brincadeiras. Assim, precisamos favorecer experiências sempre mais contextualizadas, que façam sentido para a criança e que ela possa compreender, além de si mesma, o mundo que a cerca e como poderá contribuir na sociedade, em termos humanos e científicos, para que todos, inclusive ela, sejam mais felizes.

 

A proposta pedagógica do Espaço Imaculada oferece um lugar cheio de vida e para a vida, capaz de contribuir para o desenvolvimento dos sonhos de nossas crianças. Aqui, a aprendizagem é para toda a vida.

 

Por Amanda dos Reis Santos

Coordenadora da Unidade I

Estudante Luísa Capobiango Romano Januzzi lança livro “O Urso Espaguete” com reflexão sobre a empatia

 

A estudante Luísa Capobiango Romano Januzzi, do 2º ano/Fundamental lançou o livro “O Urso Espaguete”, com a história de um ursinho que vive em um local encantado, mas se encanta com o mundo dos humanos. A partir disso, ele passa por uma mudança de comportamento e é chamado à uma reflexão sobre valores e amizade.

 

Na obra, a estudante discorre sobre a importância da empatia e o mérito no ato de reconhecer os próprios erros e começar mais uma vez.

 

De acordo com a mãe da Luísa, Carolina Capobiango Romano Quintão, a menina passou pelo processo de alfabetização no Colégio dos Jesuítas, no ano passado. A produção do livro aconteceu em um curso da Editora Paratexto, de Juiz de Fora, em que crianças conhecem as etapas de produção de um livro, além de serem estimuladas à criação de personagens e enredo.

 

Agora, a estudante já prepara novas histórias em seu caderno. Para a mãe, um conjunto de fatores incentivou Luísa a escrever o livro: o curso, o acompanhamento dos estudos em casa e também a formação adquirida no Colégio.

 

“O Colégio disponibiliza os livros para ler toda semana às crianças, é um conjunto de fatores nesse aprendizado (…) Eu acho que o Colégio estimula a leitura, tem os momentos de leitura nas aulas, exercem atividades”, avalia. A mãe conta ainda, que as ilustrações da obra foram criadas pela menina, com exceção da capa, produzida por um ilustrador.

 

As professoras Anna Carolina Dalamura e Flávia Souza, regentes da turma da Luísa Capobiango nos anos de 2020 e 2021, respectivamente, destacam que durante o processo de alfabetização, ocorrido, em grande parte, de forma remota, o interesse da estudante pela escrita e pela leitura era evidente a todo momento.

 

“Ao recebermos o livro ‘A história do urso espaguete’, escrito pela discente, a emoção e a alegria por acompanhá-la no processo escolar emergiram instantaneamente, pois, além de apreciarmos o belo trabalho desenvolvido por ela, ficou claro o quanto o incentivo à leitura pode contribuir com o incessante diálogo sobre empatia, com o aprimoramento da criatividade, o despertar do interesse pela escrita, bem como com o desenvolvimento das capacidades linguísticas e com a construção do senso crítico, tudo isso intrínseco às sensações maravilhosas causadas por essa prática”, afirmam. Na avaliação das professoras, a atitude “inspiradora” pode encorajar outros estudantes a mergulharem nas possibilidades das práticas de letramento.

 

O livro está disponível para download em PDF.

Equipe Diretiva do Colégio dos Jesuítas visita obras do Espaço Nossa Senhora Imaculada

 

A Equipe Diretiva do Colégio dos Jesuítas visitou as obras do Espaço Nossa Senhora Imaculada nesta sexta-feira (18). O local vai abrigar futuramente os estudantes da Unidade I (Maternal III ao 2º ano/Ensino Fundamental).

 

Estiveram presentes o Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna; o Diretor Acadêmico, Padre José Robson Silva Sousa, SJ; o Diretor Administrativo, Mauro Fortunato e o Coordenador da Formação Cristã, Marcelo Sabino.

 

Junto aos funcionários da obra, os integrantes da Equipe de Direção fizeram apontamentos em relação ao planejamento dos trabalhos.

 

 

A Pedra Fundamental do Espaço Nossa Senhora Imaculada foi lançada no dia 25 de janeiro deste ano (foi também em um 25 de janeiro que a Companhia de Jesus começou a atuar na região sudeste do Brasil, com a fundação do colégio que deu origem à cidade de São Paulo). Desde então, os trabalhos seguem ininterruptos para entregar um ambiente de ensino inovador à comunidade.

 

O nome, Espaço Imaculada Conceição, faz referência à primeira denominação do Colégio dos Jesuítas. A incorporação do novo espaço é um reforço do compromisso da instituição em oferecer aos estudantes uma formação integral, que viabilize a evolução das dimensões cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa, além de inserir as crianças e os jovens como atores centrais do processo de ensino-aprendizagem.

Escritor Fernando Carraro faz visita virtual a estudantes do 5º ano/Fundamental: Momento de reflexão sobre o cuidado com o planeta

 

Uma tarde repleta de aproximação com o universo da pesquisa e de conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente. Assim foi a visita virtual do escritor Fernando Carraro aos estudantes do 5º ano/Fundamental, realizada nesta terça-feira (15). O autor respondeu dúvidas de todas as turmas e falou sobre seu livro paradidático “O Planetário”, publicado pela Editora FTD e que vem sendo trabalhado em sala de aula.

 

Formado em História e Geografia e também em Filosofia, Psicologia e Pedagogia na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena (SP), Fernando Carraro foi professor em escolas da capital paulista e no interior de São Paulo, nas redes pública e privada.

 

Na conversa, o autor falou sobre o seu apreço por ciências como Geografia e Astronomia, suas motivações na hora de escrever, como é o seu processo de trabalho, entre outros assuntos.

 

Foram muitas as perguntas sobre a obra “O Planetário”. Os estudantes queriam saber detalhes da criação de personagens (inspirados em pessoas reais, como os irmãos do autor e um professor da faculdade, o Padre Hugo) e de trechos da obra. Pesquisador e apaixonado pela Astronomia, Carraro fez menção na conversa, ao planetário localizado no Centro de Ciências do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

 

Questionado se gostaria de conhecer todos os planetas, o escritor demonstrou não ter essa ambição e ressaltou a importância do cuidado com a grande Casa Comum: “Eu estou contente aqui com a Terra, com esse planeta onde eu moro. Agradeço a Deus de ter feito ele tão bonito para nós, onde tem tudo: água, atmosfera, animais, o que você plantar, nasce. É fantástico! Temos que cuidar”.

 

Ao final da última visita do dia, na turma D do 5º ano/Fundamental, Fernando Carraro agradeceu o convite e deixou um recado aos estudantes: que tivessem paciência para atravessar a pandemia.

 

“Não se sintam chateados: ao menos vocês estão em uma escola, ao menos estão tendo aulas, podem comprar livros. No país em que vocês moram, milhões de crianças não podem. Se considerem crianças privilegiadas, agradeçam a Deus por isso. Vocês estão em uma escola para se formar, mas principalmente, para melhorar um pouquinho esse nosso planeta, essa nossa casa que nós amamos tanto, o planeta mais lindo do universo”, finalizou.

Festa Junina

Foto de 2019

 

A Festa Junina é uma comemoração tradicional do mês de junho nas regiões do Brasil, sendo a segunda maior festa brasileira, depois do carnaval. Com início no dia 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, a festa junina é uma celebração que só tem fim no dia 29 de junho, dia de São Pedro. Entre essas datas, estão os dias de São João, 23 e 24 de junho. Assim, esses são os santos populares que se destacam no mês de junho e são muitos festejados em várias regiões do Brasil, principalmente no Norte e Nordeste.

 

No início, era uma festa pagã celebrada para homenagear deuses da natureza e da fertilidade. Com o passar do tempo, tornou-se uma festa religiosa sendo comemorada em barracas de Igrejas ou em outros espaços, mas sempre ligada ao catolicismo, apesar de hoje ser vista muito mais como uma festividade do que uma festividade religiosa propriamente dita.

 

As celebrações começaram no século XVII e chegou até aqui com a colonização portuguesa, conquistando os brasileiros, que adaptaram a Festa Junina de acordo com as características de cada região. Portanto, comidas típicas se misturaram às tradições sertanejas, como danças, enfeites e alegria. Atualmente, a Festa Junina é uma mistura das tradições africanas, europeias e indígenas.

 

Apesar de cada região ter suas peculiaridades e costumes, algumas características da Festa se mantêm, como, por exemplo, as danças, comidas típicas, enfeites e simpatias, costumes e tradições que se repetem independente do lugar onde estão acontecendo. Outra característica muito comum é de se vestir de caipira de maneira caricata.

 

 

Por Adriana Malaquias e Marcela Torres

Professoras

Grupo InaciArtes promove encontro remoto entre estudantes do 1º ano Médio/Integral

 

Um momento de integração e partilha. Assim foi o bate papo entre os estudantes da 1ª série Médio/Integral e os integrantes do Grupo Artístico do Colégio – InaciArtes. O objetivo foi promover a integração dos jovens, que entraram neste ano no Colégio dos Jesuítas, e até agora tiveram aulas exclusivamente à distância, de acordo com os cuidados adequados ao período.

 

 

Os membros do InaciArtes; entre professores, estudantes e antigos estudantes; estimularam os recém-chegados a superarem a timidez e compartilharem suas visões sobre temas como os sentimentos que vieram à tona ao tomarem conhecimento da aprovação no Colégio, que atitudes podem fazer a diferença na vida do outro neste momento de pandemia, seus gostos e aptidões pessoais, além das expectativas e impressões que tiveram ao longo do semestre.

 

 

Todos os novos estudantes, tendo ou não alguma experiência artística prévia, poderão desenvolver seus talentos no grupo InaciArtes, assim que as aulas presenciais foram retomadas, logo após a devida autorização das autoridades de Saúde e Educação municipais.

 

A estudante Alice Alves Rios, da 1ª Série/Médio – Integral, foi uma das participantes do momento de integração. Ela já está na expectativa para participar das atividades presenciais do InaciArtes, após a liberação do retorno às aulas presenciais.

 

A espaçonave Terra

“Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada…” Essa música tão conhecida do Toquinho traz uma bela provocação: como pensar em uma casa que não tem em sua estrutura, aquilo que identificamos enquanto casa?

 

Essa casa/não casa, já existe em sua forma. Embora nós não consigamos compreendê-la em todas as suas dimensões, nossa casa que “não tinha teto” e onde “ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede”, sem se mostrar inteira, se faz presente em tudo.

 

A casa de que falo, é essa aí abaixo:

 

 

Imagem: NASA/Flickr (https://www.businessinsider.com/best-photos-earth-moon-from-deep-space-2017-3)

 

Sei que parece simplista essa reflexão, mas confesse: quando foi a última vez que você parou para pensar o que de fato é essa sua “casa maior”? Essa esfera pulsando de vida em meio à imensidão do universo, é o que nós, orgulhosamente, podemos chamar de nossa casa. E perceba essa linha fina que envolve o planeta. Ela representa a atmosfera, essa nossa camada de ar que conecta toda a vida, nesse nosso super organismo Terra.

 

Você já pensou em como seria ir para o espaço sideral? Então olhe a imagem de novo. Você já está no espaço, nessa grande espaçonave chamada Terra. Será que nós, de fato, entendemos o que isso quer dizer? Quem teria o manual de instruções dessa nave?

 

Não faria sentido estar em uma espaçonave e começar a desmontá-la por dentro, sendo que estar nela é o que nos mantêm vivos. Então, por que muitas vezes nós, os habitantes dessa “nave” consideramos normal fazer isso com o nosso planeta, que cumpre a mesma função?

 

Nosso planeta e todos os seres que nele vivem, estão conectados de diversas formas, e isso garante as condições necessárias à vida de todos. Cabe a nós, resgatarmos um olhar mais amplo, que alcance o próximo, o próximo e o próximo, para que então possamos de fato entender, que é nossa obrigação zelar por nossa Casa Comum.

 

Como nos traz o Papa Francisco na encíclica Laudato Si: “a atitude básica de auto transcender, rompendo a consciência alienada e a autorreferencialidade, é o fundamento que possibilita o cuidado com outros e com o meio ambiente; desta atitude básica brota a reação moral para considerar o impacto provocado por cada ação e decisão pessoais”¹.

 

 

Referência Bibliográfica:

 

¹ Laudato Si’, 208

 

Por Bernardo Hallack Fabrino

Assessor de Área – Ciências da Natureza

Dinamismo da Eucaristia

 

Tradicionalmente celebrada sessenta dias após o domingo de Páscoa ou depois do domingo da Santíssima Trindade, a festa de Corpus Christi, que está se aproximando, oportuniza, uma vez mais, que cristãos católicos celebrem a presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho. Por esse motivo, fortalece a fé pessoal no Cristo Eucarístico e o compromisso comunitário com os ensinamentos da Igreja. Mais do que uma santa devoção, trata-se de uma experiência de fé cheia de dinamismo sacramental e existencial.

 

Quando ocorre presencialmente, a celebração de Corpus Christi ganha visibilidade com as ruas adornadas e as procissões que lembram o Povo de Deus caminhando no deserto rumo à Terra Prometida. Analogamente, essa peregrinação se assemelha à travessia que realizamos, cotidianamente, neste mundo. As vivências diárias, com suas lutas e conquistas, dores e alegrias, perdas e ganhos, sintonizam as pessoas de fé àquele povo que um dia vagou por terras áridas em busca de uma nova pátria. Hoje, especialmente no contexto da pandemia, também enfrentamos dificuldades no caminho. Mas continuamos a percorrê-lo na esperança de que, ainda em vida, encontraremos consolação e, sobretudo, na certeza de que um dia seremos acolhidos no abraço amoroso e acolhedor do Pai.

 

Enquanto isso não ocorre em plenitude, precisamos nutrir nossa existência com o alimento espiritual que sustenta nossos passos na caminhada. A Eucaristia, por excelência, é o sacramento que nos aproxima daquele que é a razão de nossa fé: Jesus Cristo. Por isso, é preciso redescobrir o sentido da comunhão eucarística para termos a dimensão profunda do significado teológico desse sacramento.

 

Giraudo (2003) afirma que “a celebração da eucaristia é, portanto, em sumo grau e, ao mesmo tempo, nosso Calvário e nossa Páscoa”. Isso significa que, toda vez que nos reunimos para atualizar a memória do Mistério Pascal (Paixão, Morte e Ressurreição), somos, sacramentalmente, re-apresentados àquele acontecimento central da vida de Cristo. Ou seja, não fazemos encenação teatral. Ao contrário, com os pés teológicos, somos transportados, pela fé, ao momento em que Jesus foi crucificado, na Sexta-Feira Santa, e ao momento em que Ele foi ressuscitado por Deus, na aurora daquele primeiro domingo. Não se trata, pois, de um acontecimento que ficou circunscrito às coordenadas histórico-geográficas de tempo e espaço do passado, mas sim de algo que se repete sempre que nos reunimos para celebrar.

 

Assim, toda vez que a comunidade de fé se reúne para “concelebrar” a Eucaristia, ela participa ativamente do mistério salvífico de nossa vida cristã. Faz isso na medida em que atualiza para os dias atuais as mortes e as ressurreições que cada cristão enfrenta no dia a dia. Isto é, não fica como espectadora de um evento. Mas, sempre e a cada vez, mergulha na dinâmica sacramental que traz implicações existenciais para a caminhada de fé.

 

Portanto, celebrar Corpus Christi é reacender a chama da fé e, ao mesmo tempo, tirar as consequências práticas de uma festa cristã que oportuniza um encontro íntimo e profundo com Aquele que pode trazer sentido e sabor à existência humana. Basta abrir o coração e se deixar tocar pelo mistério de amor que transcende a lógica racional da compreensão humana e, por força desse mesmo mistério, ter a vida transformada pelo fulgor da esperança luminosa que advém da experiência eucarística.

 

Referência Bibliográfica:

 

GIRAURO, C. Redescobrindo a Eucaristia. Ed. Loyola, São Paulo, 2003.

 

Por Marcelo Sabino

Coordenador da Formação Cristã