Estudantes do Colégio dos Jesuítas estão na final da Olimpíada Brasileira de Geografia e de Ciências da Terra

Os estudantes Artur Dutra Pena e Yasmim de Souza Spíndola fazem parte da equipe, integrada também pela estudante Laís Rodrigues de Souza Ferreira (Foto: Rodrigo Tagliate).

Três estudantes do Colégio dos Jesuítas são finalistas da Olimpíada Brasileira Geo-Brasil (OGB), competição que engloba a Olimpíada Brasileira de Geografia a Olimpíada Brasileira de Ciências da Terra. Os jovens Artur Dutra Pena, Laís Rodrigues de Souza Ferreira e Yasmim de Souza Spíndola, da 2ª série do Ensino Médio, aguardam o resultado final da Olimpíada, previsto para ser divulgado em 30 de novembro. Outras duas equipes mineiras, uma de Belo Horizonte e outra de Conselheiro Lafaiete, participam da concorrência nacional.

 

Para a fase final, os participantes precisam fazer uma prova e elaborar um projeto interdisciplinar inédito, para a resolução de um problema socioeconômico ou sociocultural, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de erradicar a pobreza.

 

A equipe de estudantes do Colégio dos Jesuítas propôs a criação de uma rede comunitária de monitoramento de rios da Zona da Mata, como forma de remediar os danos causados por enchentes. Por meio de um aplicativo, populações que vivem próximas às margens dos rios receberiam informações sobre as condições climáticas e, assim, poderiam se precaver em caso de possibilidade de inundação.

 

“Estamos buscando realizar o melhor de cada um”, afirma a estudante Laís Rodrigues de Souza Ferreira, integrante da equipe finalista (Foto: Arquivo Pessoal).

“Estamos buscando realizar o melhor de cada um, com o objetivo de concluir o projeto para que ele possa fazer a diferença em nossa sociedade”, afirma a estudante Laís Ferreira. Além disso, os participantes precisaram, ainda, gravar um vídeo explicativo sobre o trabalho, com duração máxima de 1 minuto, para ser postado nas redes sociais.

 

Durante todo o processo, os jovens tiveram o apoio do professor de Geografia Henrique Lage Chaves. Esta é a terceira vez que o professor participa da OGB pelo Colégio dos Jesuítas. O resultado é motivo de satisfação. “É uma surpresa, mas que também não surge do nada. É o resultado de um trabalho que envolve toda a equipe das ciências humanas, as assessorias de aprendizagem, a orientação pedagógica e o assessor de área. E, sem dúvida nenhuma, o brilhantismo dos alunos”, avalia.

 

“Qualquer dúvida, qualquer questão que a gente tivesse durante a prova, a gente podia enviar para o professor, que ele dava todo o suporte e ajudava nas pesquisas. O bom é que ele não dava as respostas, ele ajudava a gente a procurar as respostas”, conta o estudante Artur Pena.

 

O professor de Geografia Henrique Lage Chaves tinha reuniões semanais com os estudantes (Foto: Rodrigo Tagliate).

 

Durante todo o trabalho de preparação e na passagem pelas etapas da Olimpíada, os estudantes e o professor trabalharam a distância. Artur é de Manhuaçu, Laís é de Carangola e Yasmim é de Cataguases.  Na avaliação do professor Henrique Chaves, o grupo conseguiu “vencer a dificuldade de participar de uma olimpíada a distância”.

 

Já para Yasmim Spíndola, participar da OGB foi também uma oportunidade de se aproximar dos colegas. A jovem é recém-chegada ao Colégio e esteve presencialmente pela primeira vez na instituição somente após o retorno presencial das aulas em Juiz de Fora, realizado em outubro. “A cada etapa a gente evoluía mais, aprendia mais e se aproximava mais, criava uma amizade. Como eu sou novata, e a conexão entre as pessoas é reduzida nesse período, passar pela Olimpíada de Geografia me auxiliou a criar conexões e até ajudou a deixar a pandemia mais fácil”, acredita a estudante.

 

Participar da Olimpíada foi um desafio intelectual para os adolescentes, que tiveram contato com novos conhecimentos, complementares aos adquiridos em sala de aula, e pretendem se candidatar novamente em 2022. A Yasmim gostou tanto da experiência que até se inscreveu para outra competição, a Olimpíada Brasileira de Biologia Sintética. “Muitas pessoas nem pensam em fazer olimpíadas, talvez vejam como uma perda de tempo. E eu acho que é uma oportunidade muito boa, não só para conseguir uma medalha, mas também para aumentar os seus conhecimentos e, talvez, você acabe se apaixonando por olimpíadas e participe mais e mais”, reflete.

 

Além do trio formado por Artur, Laís e Yasmim, outros estudantes do Colégio dos Jesuítas participaram da OBG e foram medalhistas. Os grupos tinham reuniões semanais com o professor Henrique Chaves. Os professores de Geografia André Luis Sguissato Rocha e Rosiane Calzavara também participaram do processo.

 

Antes da fase nacional, houve três fases estaduais disputadas entre os meses de agosto e setembro. Já a fase nacional foi realizada entre outubro e novembro. Todas as fases aconteceram de forma on-line.

Edgar Morin: O Centenário do Filósofo da Complexidade

 

Em 08/07/1921, nascia em Paris, filho de um casal de judeus espanhóis, Edgar Nahoum, mais tarde Edgar Morin, que viria a se tornar um dos principais pensadores contemporâneos. Formado em Direito, Geografia e História e trabalhando com as áreas de Antropologia, Filosofia e Sociologia, Morin é autor de dezenas de livros, entre os quais se destacam obras como O método, Introdução ao pensamento complexo, Ciência com consciência, Os sete saberes fundamentais para a educação do futuro, É hora de mudarmos de via: As lições do coronavírus e Lições de um século de vida.

 

Ao longo do século XX, Morin presenciou e (ou) participou de acontecimentos que abalaram a França e o mundo. Ainda muito jovem, assistiu à escalada do fascismo na Europa e à eclosão da Segunda Guerra Mundial, tendo participado ativamente da resistência francesa à ocupação nazista. Nesse período, adotou o codinome Morin, que viria a se tornar permanente. Mais tarde, vivenciou a grande crise intelectual dos anos 1956-1958 sendo um dos primeiros intelectuais a se opor ao stalinismo. Além disso, participou do movimento contra a guerra da Argélia e pela independência daquele país e analisou os acontecimentos e os desdobramentos culturais das revoltas de maio de 1968, sempre com uma postura atenta e reflexiva. Em 1997, convidado pelo então ministro da educação francesa, Claude Allègre, a presidir um conselho científico que faria sugestões para mudanças no ensino de segundo grau, Morin idealizou e dirigiu as jornadas temáticas, apresentadas na obra A religação dos saberes, cuja proposta fundamental é a realização, no ambiente educacional, de um processo de regeneração humanista fundamentado nos princípios da complexidade e transdisciplinaridade.

 

Membro emérito do Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS), o maior órgão público de pesquisa científica da França e um dos maiores do mundo, Morin continua hoje, aos 100 anos, uma vida de intensa produção intelectual e divulgação de inovadoras ideias, entre elas a da necessidade, nas escolas e universidades, de um curso de conhecimento sobre o próprio conhecimento. Em sua vasta obra, destaca-se a centralidade da temática da complexidade, que aparece em vários de seus escritos. Para ele, somente uma abordagem interdisciplinar e transdisciplinar dos saberes pode proporcionar o adequado entendimento das características da sociedade contemporânea, visto que um ensino baseado em conhecimentos fragmentados e compartimentados não é capaz de gerar a compreensão e, portanto, a capacidade de intervenção consciente em uma realidade marcada por problemas cada vez mais amplos, complexos e inter-relacionados.

 

Nesse sentido, Morin alerta para uma importante questão contemporânea, que é a crise ecológica gerada pela dissociação entre natureza e cultura, entre ser humano e ambiente. Tal crise manifesta-se, entre outros desdobramentos, nas catastróficas consequências do aquecimento global e na emergência de grandes epidemias. Assim, embora se declare surpreendido pelo surgimento da covid-19, Morin retira dela diversas lições. Para ele, a pandemia e seus desdobramentos políticos, econômicos, sociais, ecológicos, nacionais e planetários mostram a necessidade de um projeto de preservação do planeta e humanização da sociedade, que permita a erradicação de duas barbáries contemporâneas, tanto aquela explicitada nas desigualdades, nos racismos e nas xenofobias como a gélida barbárie caracterizada pela exacerbação do individualismo e da indiferença.

 

Assim, cabe reiterar aqui a lição fundamental de Morin: para compreender e intervir de forma consequente na complexa realidade contemporânea, é essencial religar os saberes promovendo o reencontro entre as ciências da natureza e as ciências da cultura. Elogiado pelo papa Francisco por sua dedicação em favor de uma política de civilização por um mundo melhor, Morin está aí, centenário e lúcido, nesses tempos de incertezas e perplexidades em que a sensibilidade, a lucidez, a reflexão complexa e o humanismo presentes em sua obra constituem qualidades mais do que necessárias, imprescindíveis, principalmente no mundo da educação.

 

Por Wanderluce Gonçalves de Paula Gomes

Professor 

Somos criaturas leitoras

 

Com frequência, ouvimos falar – e também falamos – sobre a importância da leitura em nossas vidas, sobre a necessidade de se cultivar o hábito de ler desde a infância, sobre o papel da escola na formação de leitores competentes. É nessa infinidade de representações e funções da leitura que Alberto Manguel, escritor argentino e leitor voraz, afirma: “Somos criaturas leitoras, ingerimos palavras, somos feitos de palavras, sabemos que palavras são nosso meio de estar no mundo, e é através das palavras que identificamos nossa realidade e por meio de palavras somos, nós mesmos, identificados.”

 

Manguel fala da leitura como um mecanismo que nos permite olhar para dentro de nós, como fonte de autoconhecimento e construção de nossa identidade. Traz à tona o caráter humanizador intrínseco à literatura. Diante dela, o homem repensa seu papel no mundo, seus valores e princípios.

 

E, de fato, o que isso quer dizer? Encontramos resposta a essa pergunta nas palavras do grande mestre Antonio Candido e nas lições que ele nos deixou em seu clássico artigo “O direito à literatura”, de 1988:

 

“[…] assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente.”

 

Nessa afirmação, Candido nos dá uma dimensão da importância da literatura em nossas vidas. Diante do texto literário, o leitor tem a oportunidade de reconhecer a si mesmo e o mundo que o cerca. Abre-se uma vasta gama de possibilidades de viver situações que talvez não imaginasse, de estar em lugares que talvez nunca visitasse, de pensar como pessoas que jamais conhecesse.

 

Porque nos faz imaginar, a literatura traz consigo a aptidão de criar uma civilização capaz de sonhar. Ela nos permite criar situações não só para que possamos vivenciar novas experiências, mas para que possamos criar mundos diferentes. E assim, na contraface da imaginação, o olhar sobre a realidade ganha viés crítico. Quando somos capazes de idealizar, de pensar em novas maneiras de viver, de sonhar um mundo melhor, somos também capazes de pensar e de buscar uma sociedade mais justa. É como diria Mario Quintana: “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.”

 

Afastar-se da literatura ou privar-se dela pode gerar um estado “anestesiado”, de indiferença ao que se passa fora dos muros da própria existência e, sobretudo, ao sofrimento alheio. A escritora e formadora de professores e mediadores de leitura, a argentina Maria Teresa Andruetto (2018), alerta sobre esse perigo da “indiferença”. Em suas palavras:

 

Se a literatura nos permite entrar no coração do outro, então, evitá-la nos ajuda a viver anestesiados. A anestesia na leitura se constrói por um caminho de formas fixas, estereótipos que impedem penetrar a superfície dos textos e da vida. (…). Histórias narradas em uma linguagem amável e inócua em oposição ao literário, cuja potência reside na possibilidade de nos inquietar, de nos conduzir às zonas inesperadas de nós mesmos.

 

Assim, a literatura é, ao mesmo tempo, o lugar em que nós nos formamos como seres humanos e arcabouço de conhecimento das sociedades todas. É instrumento de reflexão, de compreensão de nós, do outro e do mundo e, como tal, relaciona-se diretamente com os princípios inacianos.

 

Por fim, retomo as palavras de Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro de alma e ofício, em seus versos: “Tudo que sei é ela que me ensina./ O que saberei, o que não saberei nunca, está na Biblioteca em verde murmúrio/ de flauta-percalina eternamente”. A leitura não está presente apenas no texto, está dentro de cada leitor que confere a ele um significado único. Portanto, hoje, no Dia Nacional do Livro, venho homenagear não apenas os escritores, mas também os leitores. Desejo a todos ótimas leituras e um feliz Dia Nacional do Livro!

 

Por Patrícia Miranda Machado

Assessora de Área – Linguagens

Momento de reflexão sobre si mesmo e o mundo: Projeto Compañeros com inscrições abertas

 

Estão abertas as inscrições para a edição 2021 do Projeto Compañeros, direcionadas aos estudantes da 3ª série do Ensino Médio. Os interessados podem confirmar a participação por meio da Plataforma Moodle, entre esta quinta (9) e segunda-feira (13), às 10h30. A realização das primeiras atividades está prevista já para terça-feira (14). Nesta edição, o tema é o mesmo do Ano Inaciano 2021-2022, “Ver novas todas as coisas em Cristo”.

 

No Compañeros, os estudantes são estimulados a lançarem um olhar esperançoso e comprometido com a vida, com a história e com o mundo, pautados na justiça e no amor fraterno. Para isso, busca-se inspiração no caminho trilhado por Santo Inácio de Loyola.

 

Serão duas etapas: na primeira, que tem início na terça (14), os jovens terão a oportunidade de retomarem o caminho de formação espiritual e de reconhecerem seus pontos de força e fragilidade. Esse momento de reflexão acontecerá de forma on-line, sempre nas terças-feiras.

 

A segunda etapa será um momento de imersão no Recanto Manresa, ainda sem data confirmada. Os estudantes poderão pensar em seus projetos de vida, tendo em vista os desafios que um cidadão do mundo precisa enfrentar. Desta forma, o lema do Ano Inaciano é um chamado para a descoberta de um novo caminho em meio aos desafios impostos pela sociedade. A data desse encontro presencial será definida de acordo com o sistema de faixas do programa municipal de enfrentamento à covid-19, “Juiz de Fora pela Vida”.

 

Neste ano o Compañeros tem uma novidade: estudantes do Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ) participarão dos encontros em conjunto com os estudantes do Colégio dos Jesuítas, pela internet. O Colégio Anchieta é uma instituição irmã do Colégio dos Jesuítas na Rede Jesuíta de Educação. Os jovens do Anchieta também terão seu momento de imersão, de forma separada. Posteriormente as experiências vividas serão compartilhadas on-line.

 

A ação educativa do Compañeros é fundamentada em três momentos: tomada de consciência da história, caminhos e escolhas sobre o tempo presente; exame de consciência e discernimento tendo em vista o caminho trilhado (exercício que ajuda a reconhecer os movimentos do coração a partir dos apelos de Deus) e espaço de eleição no qual os estudantes possam ordenar o projeto de vida de modo dinâmico e processual, atentos aos apelos da contemporaneidade.

 

Em caso de dúvidas, os estudantes podem entrar em contato com o agente de Formação Cristã Marcos Antônio do Amaral, através da Plataforma TEAMS ou pelo telefone do Colégio: (32) 2101-5700, durante o período da manhã.

Avó é mãe com açúcar

 

 

“De todo amor que eu tenho, metade foi tu que me deu, salvando minh’alma da vida, sorrindo e fazendo meu eu”. A ternura estabelecida na relação entre a neta (o “eu” dessa canção) e sua avó nos permite refletir sobre a influência desse laço e o modo como temos vivido com nossas avós. Esse trecho é reproduzido com frequência pela geração atual, como homenagem carinhosa à figura das avós. Tal música de Maria Gadú anuncia uma despedida, permeada de gratidão, de uma jovem que reconhece essa influência em sua trajetória, emocionando todo aquele que também teve em sua avó uma figura de referência.

 

Nas últimas décadas, observou-se uma presença mais significativa das avós das crianças em suas rotinas. Isso se deu pelo fato de que elas desempenham. atualmente, funções de apoio nos diferentes núcleos familiares. Assim sendo, independente da categoria social, tem-se percebido uma dedicação dessas figuras aos seus netos, dando-lhes suporte, seja por meio do auxílio financeiro, seja pela intensa troca afetiva no cotidiano, o que confere segurança e estabilidade a todos. Com isso, o suporte emocional dos avós, disposição para ouvir e conversar, tem se tornado uma marca do tempo presente.

 

Em uma pesquisa que analisou, por meio de relatos de avós, os relacionamentos com seus netos, os resultados indicam que:

 

Certas avós dos grupos realizados classificaram suas vivências como de intensa afetividade com os netos. Reconheciam também que, além de ajudarem as crianças, já receberam muita contribuição destas. Nessas situações, os netos, considerados como fiéis companheiros e verdadeiros salvadores, auxiliaram as avós em inúmeros momentos de dificuldades. (Cardoso & Brito, 2014, pág. 436)

A frase “vó é mãe com açúcar” nos apresenta essa característica, apontando as semelhanças entre o laço afetivo mãe-filho e avó-neto, mas também reforçando a doçura existente nesses relacionamentos. A conexão entre as crianças e os idosos é um suporte fundamental que auxilia na construção da autoconfiança – aquela habilidade socioemocional que nos indica internamente o quanto somos capazes de “dar conta do recado”, ou seja, enfrentar os momentos de estresse e/ou dificuldade do cotidiano.

 

É claro que existem aspectos desfavoráveis em alguns casos, sobretudo quando os afetos positivos e as experiências consoladoras cedem espaço aos conflitos geracionais ou de valores. Não se deve negligenciar o fato de estarmos em um país latino-americano cujas diversas desigualdades estruturam condições de injustiça e vulnerabilidade. No entanto, essas temáticas podem ocupar um outro texto, pois, no caso desse, que ora se apresenta, o objetivo é relacionar o Dia dos Avós, comemorado hoje, em 26 de julho, com algumas reflexões sobre a afetividade que nos envolve quando pensamos nos avós.

 

A data de 26 de julho, utilizada pela Igreja Católica para celebrar os santos Ana e Joaquim, casal de avós de Jesus, é referendada na tradição popular, pois esses nomes sequer são citados na Bíblia. É interessante lembrar que essa devoção existe desde o século VI, quando já havia registros de cultos em memória aos pais de Maria. Sua popularização, no entanto, chegou durante o Renascimento, quando Giotto (1276-1337) representou Sant’Ana e São Joaquim na Capela dos Scrovegni, em Pádua.

 

A partir daí, podemos estabelecer a relação entre as características difundidas por nossa tradição religiosa e aquilo que vivenciamos com nossos avós nos tempos atuais. Pensar essas relações significa dar-se conta dos atravessamentos que essas realidades provocam nas singularidades de nossas crianças, não deixando de lado a premissa de que cada um de nós responde de modo único aos fenômenos. Bem como Sant’Ana e São Joaquim são colocados como modelos de ternura e pessoas que indicam um bom caminho à Maria, e, consequentemente ao menino Jesus, nossos avós podem hoje ser celebrados como aqueles em quem depositamos confiança, para experimentar as mais variadas brincadeiras, ou ainda, para um aconselhamento especial. Afinal, quem nunca buscou no colo dos avós o cuidado necessário para o crescimento seguro que somente a avó/avô poderia fornecer?!

 

Referências:
CARDOSO, Andreia Ribeiro & BRITO, Leila Maria Torraca. Avós na família contemporânea. Revista Psico-USF, Bragança Paulista, v. 19, n. 3, p. 433-441, set./dez. 2014.

 

Por Raphaela Souza dos Santos

Assessora na Formação Cristã