Somos criaturas leitoras

 

Com frequência, ouvimos falar – e também falamos – sobre a importância da leitura em nossas vidas, sobre a necessidade de se cultivar o hábito de ler desde a infância, sobre o papel da escola na formação de leitores competentes. É nessa infinidade de representações e funções da leitura que Alberto Manguel, escritor argentino e leitor voraz, afirma: “Somos criaturas leitoras, ingerimos palavras, somos feitos de palavras, sabemos que palavras são nosso meio de estar no mundo, e é através das palavras que identificamos nossa realidade e por meio de palavras somos, nós mesmos, identificados.”

 

Manguel fala da leitura como um mecanismo que nos permite olhar para dentro de nós, como fonte de autoconhecimento e construção de nossa identidade. Traz à tona o caráter humanizador intrínseco à literatura. Diante dela, o homem repensa seu papel no mundo, seus valores e princípios.

 

E, de fato, o que isso quer dizer? Encontramos resposta a essa pergunta nas palavras do grande mestre Antonio Candido e nas lições que ele nos deixou em seu clássico artigo “O direito à literatura”, de 1988:

 

“[…] assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente.”

 

Nessa afirmação, Candido nos dá uma dimensão da importância da literatura em nossas vidas. Diante do texto literário, o leitor tem a oportunidade de reconhecer a si mesmo e o mundo que o cerca. Abre-se uma vasta gama de possibilidades de viver situações que talvez não imaginasse, de estar em lugares que talvez nunca visitasse, de pensar como pessoas que jamais conhecesse.

 

Porque nos faz imaginar, a literatura traz consigo a aptidão de criar uma civilização capaz de sonhar. Ela nos permite criar situações não só para que possamos vivenciar novas experiências, mas para que possamos criar mundos diferentes. E assim, na contraface da imaginação, o olhar sobre a realidade ganha viés crítico. Quando somos capazes de idealizar, de pensar em novas maneiras de viver, de sonhar um mundo melhor, somos também capazes de pensar e de buscar uma sociedade mais justa. É como diria Mario Quintana: “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.”

 

Afastar-se da literatura ou privar-se dela pode gerar um estado “anestesiado”, de indiferença ao que se passa fora dos muros da própria existência e, sobretudo, ao sofrimento alheio. A escritora e formadora de professores e mediadores de leitura, a argentina Maria Teresa Andruetto (2018), alerta sobre esse perigo da “indiferença”. Em suas palavras:

 

Se a literatura nos permite entrar no coração do outro, então, evitá-la nos ajuda a viver anestesiados. A anestesia na leitura se constrói por um caminho de formas fixas, estereótipos que impedem penetrar a superfície dos textos e da vida. (…). Histórias narradas em uma linguagem amável e inócua em oposição ao literário, cuja potência reside na possibilidade de nos inquietar, de nos conduzir às zonas inesperadas de nós mesmos.

 

Assim, a literatura é, ao mesmo tempo, o lugar em que nós nos formamos como seres humanos e arcabouço de conhecimento das sociedades todas. É instrumento de reflexão, de compreensão de nós, do outro e do mundo e, como tal, relaciona-se diretamente com os princípios inacianos.

 

Por fim, retomo as palavras de Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro de alma e ofício, em seus versos: “Tudo que sei é ela que me ensina./ O que saberei, o que não saberei nunca, está na Biblioteca em verde murmúrio/ de flauta-percalina eternamente”. A leitura não está presente apenas no texto, está dentro de cada leitor que confere a ele um significado único. Portanto, hoje, no Dia Nacional do Livro, venho homenagear não apenas os escritores, mas também os leitores. Desejo a todos ótimas leituras e um feliz Dia Nacional do Livro!

 

Por Patrícia Miranda Machado

Assessora de Área – Linguagens

Colaboradores de instituições jesuítas de ensino participam de Retiro Inaciano em Juiz de Fora

 

Colaboradores do Colégio dos Jesuítas e de outras duas instituições integrantes da Rede Jesuíta de Educação, que compõem o Núcleo Apostólico – Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ) e Colégio Santo Inácio do Rio de Janeiro – participaram do Retiro Inaciano no Seminário Nossa Senhora do Sagrado Coração, em Juiz de Fora. Os participantes tiveram um momento de fé, recolhimento espiritual e reflexão entre a quinta-feira (21) e o sábado (23). Os protocolos de biossegurança já observados nos Colégios foram seguidos.

 

O encontro foi realizado com o objetivo de dar seguimento à formação dos colaboradores, por meio do conhecimento e da vivência da pedagogia e espiritualidade inacianas, e, tendo em vista o aprofundamento da 1ª Preferência Apostólica Universal da Companhia de Jesus, que nos recomenda “mostrar o caminho para Deus mediante os Exercícios Espirituais e o discernimento”.

 

Membros da Equipe Diretiva do Colégio dos Jesuítas estiveram presentes no retiro, como o Professor Edelves Rosa Luna, Diretor Geral, que, num momento de partilha, expressou gratidão a Deus pela presença de todos e os incentivou a darem continuidade à experiência.

 

 

Para ministrar as atividades e auxiliar os colaboradores com a experiência, animando os momentos de vivência espiritual-religiosa, esteve presente o Assessor de Formação Religiosa do Colégio Santo Inácio do Rio de Janeiro, Pe. Tárcio Santos, SJ.

 

Entre os assuntos tratados no encontro, estiveram os passos para a oração de meditação, a importância do silêncio para o autoconhecimento e o diálogo com Deus, a busca por sentir e saborear internamente as coisas – como Santo Inácio ensinou – e a recomendação de prestar atenção ao ordinário que acontece no dia a dia de nossas vidas, pois a espiritualidade inaciana, conforme salientou o pregador do retiro, é uma espiritualidade do cotidiano, portanto, possível para todos nós.

 

Confira outros momentos do Retiro Inaciano na galeria abaixo.

 

Voluntariado: uma resposta à pergunta, para que eu sirvo?

 

Faço um convite para o olhar que nos pede o cuidado. Cuidado para percebermos a beleza da resposta que podemos dar à pergunta: para que eu sirvo? Saber o nosso lugar no mundo é de extrema importância, já que somos, por excelência, buscadores de sentido para a nossa breve peregrinação, se comparada ao tempo de vida dessa casa comum. Uma resposta qualificada demanda de nós a tomada de consciência do eu, daqueles que, por uma razão transcendente, têm a oportunidade de ser contemporâneos da nossa existência, dos que foram cuidadores desse mundo e do futuro que nos habita em sonhos. Diante disso, uma reflexão: que mundo queremos criar, enquanto não descansamos? Eis uma eleição pertinente para uma vida significativa.

 

Frequentemente temos oportunidades de olhar para o lado e vermos alguém carente do nosso serviço. Uns mais que outros. Todavia, muitas vezes negligenciamos o servir, pois o “trabalho nos chama”, “o tempo urge” e, até mesmo, “o tempo é dinheiro”. O grito dos que sofrem ao nosso lado é escutado, porém, nem sempre ouvido. Vemos o outro na superficialidade condicionada por nosso cotidiano atarefado. A lógica da vida, orientada pelo consumismo, não raras vezes nos transforma em um ter humano e, assim, abandonamos a nossa morada de ser, ser humano. Por conseguinte, os invisíveis permanecem invisíveis, os excluídos permanecem excluídos, os “descartados” permanecem nas periferias. Será que, neste caso, o distanciamento tenha se tornado um subterfúgio para não sermos contaminados pelas mazelas do mundo (A Lepra Humana – Lv 13; Os dez leprosos – Lc 17, 11-19)?

 

Na percepção de um mundo ferido, propomos, aos olhos de Cristo, o aprofundamento do cuidado com aqueles que carecem, cada vez mais, de compaixão e de cura (Ensino e curas pela Galileia – Mt 4, 23). A cura para os males: “Chamando os doze, Jesus deu-lhes poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doenças e enfermidades” (Mt 10, 1). Doar tempo é doar vida, é doar de coração os nossos dons, aquilo que temos de mais precioso em favor daqueles que nada podem pagar (A oferta da viúva – Lc 21, 1-4). Essa oferta de amor é uma proposta que nos compromete com a criação de um mundo novo. Aceitemos o convite para um “Caminhar com os pobres, os descartados pelo mundo, os vulnerados em sua dignidade, numa missão de reconciliação e justiça” (Segunda Preferência Apostólica Universal – Companhia de Jesus).

 

Porém, ninguém pode ser forçado a fazer o bem, ninguém pode ser obrigado a curar as feridas daqueles que estão à beira do caminho (O bom samaritano – Lc 10, 25-37). É imprescindível respeitar a humana liberdade interior para dispor-se a uma jornada, seja ela qual for. (O filho pródigo – Lc 15, 11-32). O serviço deve ser fruto da vontade ao seguimento do Senhor (O jovem rico – Mt 19, 16-30).

 

De origem latina, traduzimos o termo vontade como disposição proveniente da liberdade interior para o serviço ao outro e aos seres vulnerabilizados por realidades injustas. Daí surge o voluntariado. Ele pode ser motivado por uma filosofia de vida, por uma religião, por valores humanitários, por uma proposição moral, mas procede, impreterivelmente, do querer mais íntimo. Aos que carecem de respostas àquela pergunta: “para que eu sirvo?”, o voluntariado irrompe as fronteiras do egoísmo, do individualismo e, principalmente, da “universalização da indiferença” (Papa Francisco) e nos lança diante dos pequenos do nosso mundo.

 

No dia 05 de dezembro, celebramos o Dia Internacional do Voluntariado, uma oportunidade para escutarmos o grito dos que clamam e nos dispormos para a construção de uma “terra sem males” (Campanha da Fraternidade – 2002). Um dia para o despertar da caridade humana e encontrar formas criativas para alimentar os famintos, saciar os sedentos, acolher os estrangeiros, agasalhar os desamparados, cuidar dos enfermos, visitar os cativos (Mt 25, 31-46) e curar a terra ferida que clama por cuidado (Laudato Si, 2). “O próximo sem fronteiras” (Fratelli Tutti, 80-83) revela o rosto sofrido de Deus que impulsiona o coração solidário ao voluntariado. Este, por sua vez, leva a esperança e recebe e colhe o fruto da missão, a saber, alegria de ver o outro sorrir novamente. Ser voluntário, portanto, é doar a própria vida na medida certa para reacender a vida que tenta viver. O tema do Ano Inaciano, “Ver novas todas as coisas em Cristo”, nos convida ao olhar de esperança no intuito de construir uma “cidadania global” para responder aos apelos do mundo com a ação contemplativa, que foi tão bem recomendada por S. Inácio de Loyola.

 

Por Angelo Márcio de Oliveira Reis

Agente da Formação Cristã 

Nossa Senhora Aparecida: A Santa do Brasil

 

A devoção a Nossa Senhora Aparecida teve início no ano de 1717 quando pescadores encontraram no Rio Paraíba uma velha e escurecida imagem de Nossa Senhora da Conceição.

 

São escassos os documentos que registram o encontro da imagem. Oito anos após aquele acontecimento, o pároco de Guaratinguetá redigiu um relatório sobre ele, nomeando os três pescadores, Domingos, João e Filipe, responsáveis em encontrar a imagem. Esse texto serviu de base para o que foi escrito no Livro Tombo da paróquia, em agosto de 1757, pelo vigário Padre João de Morais e Aguiar, sob o título “Notícia da Aparição da Imagem da Senhora”.

 

No Livro Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, conservado no Arquivo da Cúria de Aparecida, encontra-se a narrativa feita pelo vigário. Ela registra que foi “achada” a imagem pelos três humildes pescadores: “João Alves, lançando a rede de arrasto, tirou o corpo da Senhora sem cabeça; e lançando mais abaixo outra vez a rede, tirou a cabeça da mesma Senhora, não se sabendo nunca quem ali a lançasse”.

 

A imagem ficou sob a guarda do pescador Filipe Pedroso por 15 anos. Foi construído um pequeno altar onde as famílias vizinhas se reuniam para rezar o terço e outras orações. A partir daí, teve início a devoção que depois se tornaria o maior movimento religioso do país. Atualmente a imagem se encontra no Santuário Nacional de Aparecida, sendo o principal centro de peregrinação da Igreja Católica no Brasil.

 

Essa breve narrativa dos fatos que envolvem a aparição da imagem para os pescadores marca consideravelmente a história da devoção dos brasileiros à mãe de Jesus. Trata-se de uma expressão popular de afeto que traz à tona a reflexão sobre o papel materno e espiritual de Nossa Senhora Aparecida na consolidação da identidade cristã dos fiéis católicos. Diz de como, por meio da fé devocional, o povo de Deus tende a saltar para o comprometimento com a Boa Nova do Evangelho. Tal como relata o evangelista João 2, 5: “fazei tudo o que Ele vos disser”, Maria de Nazaré foi aquela que nos ensinou a colocar em prática os ensinamentos do Senhor, e isso ainda hoje é reconhecido e valorizado.

 

Muitas vezes, diante das dificuldades cotidianas, o amparo de Nossa Senhora, com seu exemplo de disponibilidade ao projeto de Deus e intercessão constantes, é alento que anima e fortalece a caminhada de fé dos cristãos. Ontem, hoje e sempre, a entrega sem reservas da Mãe de Jesus, demonstrada em palavras e atitudes de amor ao próximo, colabora para a construção de uma sociedade melhor. Nesse sentido, o cultivo da devoção mariana é muito mais que mera expressão da religiosidade popular nacional, pois, quando se inspiram no testemunho de Maria de Nazaré, as pessoas refletem a mensagem de que relações mais humanas e fraternas são possíveis em nosso país.

 

Essa perspectiva histórica e mariológica, portanto, reafirma que o 12 de outubro é um dia mais que especial. Por oportunizar justas orações e homenagens à padroeira do Brasil, a data nos recorda que podemos continuar contando com a proteção daquela que cumpriu os desígnios de Deus e, por isso, podemos também seguir trilhando o caminho do amor e do serviço ao outro. Isto sim é motivo de esperança porque, segundo cremos, a Mãe do Céu Morena mantém um olhar atento e cuidadoso sobre a vida do povo brasileiro.

 

Por Marcelo Sabino

Coordenador da Formação Cristã

 

Adriana Malaquias 

Professora 

Estudante do Colégio dos Jesuítas descobre oito novos asteroides

Estudante descobriu oito asteroides em concurso. Foto: Arquivo Pessoal

 

A estudante Rafaela Bigonha Bovarêto Silveira, da 1ª série do Ensino Médio, descobriu oito novos asteroides no concurso Caça Asteroides MCTI, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em parceria com o International Astronomical Search Collaboration (IASC), vinculado à NASA, a agência especial norte-americana.

 

Os participantes precisavam analisar imagens do espaço registradas por um telescópio de 1,8 metros pertencente à Universidade do Havaí (EUA), por meio do software Astrometrica. Os candidatos receberam treinamento para usar o programa. A partir da análise, é possível chegar à conclusão de quais corpos são os asteroides. Segundo Rafaela, ao todo, foram 25 pacotes de imagens.

 

“Você consegue perceber que os asteroides têm movimentos definidos nas suas órbitas. Que estrelas e galáxias que aparecem na imagem, não têm esse movimento. Então assim, você consegue diferenciar outros objetos de asteroides”, conta a estudante.

 

Agora, os asteroides vão passar por um processo de maior observação. A conclusão do trabalho pode demorar anos. Depois disso, quem descobre o asteroide tem o direito de nomeá-lo e Rafaela já tem em mente quem homenagear: “Eu quero muito dar o nome das pessoas que eu amo da minha família e de um cientista em específico, que me inspira muito e me inspirou ao longo de toda a trajetória, que é o Carl Sagan”.

 

Para a jovem, a formação oferecida pelo Colégio dos Jesuítas tem papel relevante para o bom desempenho alcançado. “O incentivo dos professores é essencial, me ajuda muito sempre. E eu agradeço muito. São professores maravilhosos que estão sempre incentivando a gente a ser cientista”, afirma a jovem, que partilha o afeto pela instituição junto com a mãe, a professora de Língua Portuguesa e Redação no Colégio Daniela Bigonha Bovarêto Silveira.

 

Rafaela Bigonha acredita que a formação do Colégio dos Jesuítas é relevante para o bom desempenho alcançado. Foto: Arquivo Pessoal.

 

Interesse pela astronomia vem desde cedo

A curiosidade da estudante pelo cosmos nasceu aos seis anos de idade. Ao longo do tempo, essa paixão foi se solidificando por meio da leitura de obras sobre o tema. Agora, Rafaela Bigonha pretende fazer a Faculdade de Astronomia.

 

Além da pesquisa acadêmica, a estudante também se interessa pela área da divulgação científica. Ela é a produtora de conteúdo da página “Astronomia Poética”, com quase dois mil seguidores no Instagram.

 

“Eu sempre tive essa vontade de divulgar a ciência, mas eu guardava para mim. Depois que eu criei (a página), vejo as pessoas vendo e falando: ‘eu não sabia disso’ ou ‘você explica muito bem’. É muito bom ter esse retorno, porque eu sinto que eu estou no caminho certo”, afirma a jovem que sonha ainda em ser palestrante e professora de astronomia.

 

As atividades de Rafaela não param. Neste momento, ela participa das seletivas entre participantes da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), competição na qual a jovem ganhou medalha de ouro neste ano, para duas competições internacionais: a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA).

 

“Os exercícios são meio difíceis. Eu estou amando porque é uma oportunidade muito boa para eu estudar astronomia. E ainda mais para fazer uma prova, é ótimo poder estudar astronomia e ainda fazer uma prova com esse assunto”, acredita a estudante.

 

A jovem planeja fazer Faculdade de Astronomia e tem página de divulgação científica no Instagram. Foto: Arquivo Pessoal.

Compañeros: Estudantes da 3ª série do Ensino Médio participam de momento de imersão

 

As atividades do Projeto Compañeros tiveram continuidade neste sábado (2), com um momento de imersão no Recanto Manresa. O protocolo de biossegurança do Colégio dos Jesuítas foi seguido na realização do encontro. No Compañeros, os estudantes são incentivados a inspirarem-se em Santo Inácio de Loyola, para desenvolverem um olhar esperançoso e comprometido com a vida, a história e o mundo, pautado na justiça e no amor fraternal.

 

Os estudantes, da 3ª série do Ensino Médio, tiveram a oportunidade de refletir sobre seus projetos de vida, tendo em vista os desafios da atualidade. Os jovens fizeram caminhada em meio à natureza e tiveram dinâmicas de escuta e cuidado com o meio ambiente.

 

O Diretor Acadêmico do Colégio dos Jesuítas, Pe. José Robson Silva Sousa, SJ, presidiu a Celebração da Eucaristia na Capela do Recanto. Todas as dinâmicas contaram com o acompanhamento dos agentes da Formação Cristã.

 

Confira nossa galeria de imagens com registros do encontro:

O toque do rosa – uma campanha sobre saúde da mulher

 

O mês de Outubro coloca a saúde da mulher em foco através da Campanha Outubro Rosa: prevenção e combate ao câncer de mama. Neste tempo, vários institutos de saúde, ONG’s e sociedade civil colaboram com a disseminação de informações que possam vir a ajudar as mulheres a identificarem os sinais de um câncer de mama e, até mesmo antes disso, buscarem a prevenção.

 

Partindo do princípio que informação também promove saúde, esse tipo de campanha tem exercido um interessante papel social na medida em que provoca instituições públicas e privadas a engajarem em propostas como essa. Embora essas iniciativas já existissem há algumas décadas, sua disseminação pelas redes sociais ganhou maior expressão e variedade nos últimos anos. Temos, portanto, a cada mês, diversas cores que apontam para ações diferentes, buscando divulgar temas que ainda são tabus, erradicar determinadas doenças ou, pelo menos, orientar a população na direção do cuidado com algum aspecto da saúde. Outubro é, então, o mês em que os tons de rosa se espalham, iluminando o câncer de mama e, com isso, a saúde de cada mulher!

 

Esse é um tipo bastante comum de câncer e é aquele que causa mais mortes em mulheres, no Brasil. Esta campanha tem conseguido a adesão de grandes empresas, importantes órgãos relacionados à saúde da mulher, além de muitas personalidades. Todos se movimentam durante essas semanas para chamar atenção para a necessidade de nós mulheres conhecermos melhor o nosso corpo, principalmente as mamas, para que conhecendo sua estrutura, textura, variações que naturalmente ocorrem ao longo do mês, possamos identificar quando uma alteração surgir. Importante destacar que qualquer caroço identificado em uma mama de uma mulher que tenha mais de 50 anos precisa ser investigado. Em mulheres jovens, caso as alterações persistam por mais de um ciclo menstrual, é necessário buscar a avaliação médica.

 

As campanhas que tratam de nossa saúde relacionam-se ao conhecimento que cada mulher possui de si mesma. Sabemos, no entanto, dos atravessamentos que perpassam o gênero feminino em nossa sociedade. A mama é um dos símbolos de nossa sexualidade, historicamente reprimida, tolhida, cerceada. Tocar as próprias mamas, ainda que em busca de sinais que possam antecipar um diagnóstico de câncer, não é uma prática comum. Ainda é tabu tocar o próprio corpo. Portanto, é preciso fortalecer o suporte social das mulheres, fazendo circular entre elas as informações que podem desconstruir preconceitos, bem como o apoio concreto para a construção de uma cultura de cuidado. A mídia local tem divulgado onde se pode realizar exames médicos, fato importante, pois o rastreamento identifica doenças antes mesmo que a mulher perceba seus sintomas, antecipando ainda mais o diagnóstico. Podemos divulgar em nossos círculos sociais a relação dos profissionais que conhecemos e que realizam um atendimento humanizado, o que favorece qualquer tratamento. Desse modo, não somente o câncer de mama pode ser combatido, mas todos os outros fatores que impactam na saúde da mulher.

 

Para maiores informações, acesse a cartilha abaixo, produzida pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) em parceria com o Ministério da Saúde.

 

Confira a cartilha.

 

Por Raphaela Souza dos Santos

Agente na Formação Cristã

Colégio realiza evento sobre valorização da saúde mental

 

Promover a importância da saúde mental e a prevenção do suicídio são os objetivos da Semana Amarela do Colégio dos Jesuítas. Entre os dias 20 e 28 de setembro, acontecerão bate-papos, mesas redondas e rodas de conversa. O evento é realizado no âmbito das ações da Comissão Permanente do Cuidado, atuante junto aos diferentes segmentos da comunidade escolar.

 

A mesa redonda Prevenção do Suicídio na Adolescência abre os trabalhos da Semana, nesta segunda-feira (20), às 18h. Para falar sobre o tema, foi convidada a psicóloga clínica Carolina Jung Bedran. Estudantes do Ensino Médio também vão participar da conversa, que será transmitida pelo YouTube do Colégio.

 

O desenvolvimento da saúde mental tem início na infância, quando a criança começa a ter autonomia e percepção de si própria. Para alcançar esse estado de bem-estar subjetivo, são necessárias ações práticas ao longo da vida. Nos eventos da Semana Amarela, os participantes terão orientações direcionadas à manutenção da saúde emocional.

 

Confira o cronograma de atividades do evento:

 

– 20/09 – 18h: Mesa Redonda – Prevenção do Suicídio na Adolescência. Com a psicóloga clínica Carolina Jung Bedran e estudantes do Ensino Médio – Transmissão via YouTube do Colégio (link).

 

– 21/09 – 18h: Roda de Conversa Virtual sobre Saúde Mental Infantil e o retorno presencial à escola. Com a psicóloga Cássia Medeiros, do Colégio Diocesano de Teresina – Transmissão via TEAMS para familiares/responsáveis da Educação Infantil.

 

– 23/09 – 18h: Roda de Conversa Virtual sobre Saúde Mental na Infância – promoção de vínculos saudáveis pela família. Com a Orientadora de Aprendizagem da Unidade II, Sônia Miranda e a professora Anna Carolina Dalamura, integrantes da Comissão Permanente do Cuidado – Transmissão via YouTube do Colégio (link).

 

– 28/09 – 07h30: Café Forte – Bate-papo sobre saúde mental com os colaboradores das equipes de Serviços Gerais e Manutenção.

Vamos falar de Suicídio? Precisamos conhecer para conseguirmos prevenir

 

Já há alguns anos, diversas entidades relacionadas ao cuidado com a Saúde Mental se dedicam ao Setembro Amarelo: campanha de prevenção ao suicídio. O tema merece a atenção de todos nós, uma vez que, em seu entorno, ainda são depositados muitos mitos, alguns relacionados ao fato de o suicídio ser um tabu – algo silenciado na sociedade. É de fato algo complexo que necessita esclarecimento!

 

Por essa razão, ao longo de todo o mês, são realizadas diversas ações com objetivo de dar visibilidade à prevenção do suicídio, organizando uma educação sobre o tema por meio de palestras e publicações nas diversas redes sociais, promovidas por especialistas e órgãos relacionados à saúde; como também sinalizações em amarelo colocadas em edifícios públicos para dar destaque à campanha. Esta cor é utilizada como referência à luz, lembrando que é necessário iluminarmos o tema, esclarecendo as dúvidas e tornando compreensível essa delicada questão. Dessa forma, a sociedade pode desconstruir os tabus e superar o estigma.

 

As estatísticas alertam sobre os impactos do suicídio e indicam que não somente os profissionais podem atuar no acolhimento. Daí o lema deste ano: “Agir salva vidas”. Nesse sentido, a conscientização se faz necessária, pois ainda são comuns posturas inadequadas, tais como: associar o pedido de ajuda de alguém que está sofrendo por desesperança com a “necessidade de chamar atenção”; ou julgamentos do tipo “tanta gente passando por problemas sérios e você pensando nessa besteira” ou “você tem tantas coisas, seja grato”. O acolhimento e a ajuda necessários precisam caminhar em outra direção!

 

Diversos estudos da área indicam que a prevenção é possível, orientando as pessoas sobre quais são os recursos existentes. Para que isso aconteça, é preciso identificar os fatores de risco, ação que envolve uma “escuta” atenta, ou seja, a observação das palavras ditas por aqueles que nos cercam e também algumas atitudes. Vale lembrar que, considerando o conjunto dos comportamentos autodestrutivos, a tentativa de suicídio é como uma ponta de iceberg. Portanto, precisamos conhecer outros tantos sinais que servirão de alerta. Fique atento às seguintes situações: tristeza constante e isolamento, alterações no apetite e sono, apatia ou irritabilidade, choro e sentimento de culpa ou solidão, mudanças bruscas da rotina ou do desempenho na escola/faculdade/trabalho. Caso você conheça alguém que esteja apresentando esses sinais, tente escutá-lo, sem julgamentos, incentivando sua percepção de que ele não está sozinho, e, que é possível buscar ajuda.

 

Nos últimos anos, o medo de falar sobre o assunto tem sido vencido com informações sobre as causas e os fatores que envolvem tais acontecimentos. O suicídio é um problema de saúde pública, e é preciso falar para que a sociedade seja informada. Estima-se que 17% da população brasileira já pensou em suicídio, e, para que esses pensamentos não se tornem realidade, as informações precisam ser compartilhadas ampliando o apoio daqueles que possam vir a necessitar. Os impactos do suicídio são amplos e complexos, uma vez que calculamos que, a cada vida perdida, outras seis ficam comprometidas. Portanto, fiquemos atentos àqueles que estão à nossa volta e façamos a pergunta: “em que eu posso ajudar?”

 

Uma opção para o auxílio respeitoso é o CVV – Centro de Valorização da Vida. A entidade mantém um serviço voluntário de escuta sigilosa que pode ser realizada por meio de uma ligação telefônica (ligue 188), além de atendimento via chat pelo site. Para maiores informações, acesse os links abaixo.

 

CVV: https://www.cvv.org.br/

 

Campanha Setembro Amarelo 2021: https://www.setembroamarelo.com/

 

Cartilha Suicídio: saber agir e prevenir (Produzida pelo Ministério da Saúde e disponível no site do CVV, na aba Conheça Mais): https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/09/folheto-popula-o.pdf

 

Referências:
BOTEGA, Neury José. Comportamento suicida: epidemiologia. Dossiê Suicídio. Revista de Psicologia da USP, vol 25, número 3, Set-Dez 2014.

 

Por Raphaela Souza dos Santos

Agente de Formação Cristã

Semana das Profissões

O Ensino Médio é a última etapa da Educação Básica e proporciona aos estudantes um período de muitas aprendizagens, realizações, desafios e escolhas. Muitas são as expectativas criadas durante esse período, em que o autoconhecimento se faz presente. Ao alcançar a 3ª série do Ensino Médio, os estudantes deparam-se com um momento de escolha sobre o futuro e qual caminho trilhar para além dos muros da escola.

 

O Colégio dos Jesuítas, em sua proposta pedagógica, desenvolve um olhar cuidadoso aos seus estudantes e possui o compromisso com a educação integral, caracterizando, assim, um forte trabalho para que o estudante realize a construção de seu projeto de vida.

 

Buscando responder às demandas e aspirações, presentes e futuras, de acordo com o Projeto Educativo Comum (2016), a escola que acolhe a juventude precisa “responder aos desafios de cada tempo, de forma crítica, consciente e efetiva, empreendendo caminhos com coragem para inovar e renovar”.

 

O acompanhamento ao estudante, realizado pelos Orientadores de Aprendizagem, busca atender às necessidades dos educandos, de modo a estabelecer vínculo de confiança e a ajudar na promoção do amadurecimento, trabalhando habilidades e competências e buscando desenvolver nos estudantes as dimensões: cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa. O acompanhamento acadêmico permanente e personalizado, é vivenciado junto a uma prática que permite mapear dificuldades e problemas, dar suporte e planejar ações preventivas e efetivas a cada estudante.

 

Diante da realização das avaliações externas, os estudantes deparam-se com os mais diversos processos seletivos, em que o exercício do ensino e da aprendizagem estão intimamente relacionados, de maneira que todas as etapas são cuidadosamente trabalhadas e alinhadas juntamente com os estudantes, fornecendo apoio e discernimento na caminhada.

 

Com o objetivo de dar suporte à trajetória dos estudantes, a Semana de Profissões proporciona o contato e vivência com as mais variadas áreas, carreiras e perspectivas, de modo a estimular um processo de autoconhecimento, autoavaliação, compreensão e gerenciamento das emoções, motivando os jovens para que possam tomar decisões autônomas e seguras.

 

A tomada de decisão sobre o que fazer e como será após a conclusão da Educação Básica, é atrelada a muita ansiedade, insegurança e dúvidas. Assim, compreender os gostos, identificar seus talentos e vocações, estabelecer afinidades e expectativas, são estratégias que auxiliam o estudante a acalmar os pensamentos e orientar-se quanto às suas escolhas.

 

Diante deste contexto, foi muito importante e construtiva a vivência da Semana de Profissões, tivemos muitos retornos e relatos positivos dos estudantes e suas famílias, tornando único este momento de troca de experiências através da interação dos estudantes com os convidados do evento.

 

Por Adelisa Lempk, Giuliannna Almeida, Iata Anderson Malafaia, Lorena Silva de Oliveira, Mariana Consulmagno Fávero

Orientadores de Aprendizagem da Unidade III